Jornal Estado de Minas

ISOLAMENTO?

Boteco e cooper: domingo tem furões de quarentena da COVID-19 em BH

Proprietária de bar no Padre Eustáquio pede para clientes saírem mas não adianta (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Corrida pela atividade física e corrida aos botecos. Neste domingo, Belo Horizonte registrou mais uma vez os ‘furões’ da quarentena que provocaram aglomerações e desrespeitaram o decreto que obriga o uso de máscaras faciais como medida de prevenção ao novo coronavírus.



A pista de cooper da Avenida José Patrocínio Pontes, Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da capital, estava lotada de pessoas fazendo caminhadas – algumas delas sem máscaras.

Na esquina da Rua Padre Eustáquio com Rua Progresso, apesar de um bar não receber clientes no interior do estabelecimento, a reportagem do Estado de Minas flagrou homens tomando cerveja do lado de fora, mesmo em época de pandemia e distanciamento social.

Joana Cordeiro, dona do Paulinos Bar, teve que se reinventar para minimizar os impactos financeiros em seu estabelecimento. A comerciante começou a vender marmitex, porém, da porta para fora. Ela disse que, apesar dessas medidas, a Guarda Civil já foi ao local por causa de denúncias de aglomeração do lado de fora.



“Vira e mexe a Guarda Municipal vem e fala que teve denúncia, mas a polícia que tem que vir e espantar eles. Eu vendo e o pessoal leva (o produto), mas não tenho poder de falar: ‘some da minha frente’. Se a polícia vem e tira eles, seria bom”, explica Joana.

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)


A proprietária disse que pede para que os clientes se afastem, mas nem sempre consegue controlar o movimento. “Preciso vender. Não posso correr o risco de nada. Trabalho sob pressão. Não consigo vigiar a rua. Não deixo ninguém entrar, até pela minha segurança, não quero ter o risco de ter contato com as pessoas. Quem tem que vigiar a rua é a polícia.”

Como denunciar

A alta no número de casos de COVID-19 em Minas e BH foi determinante para que estado e prefeitura adotassem medidas mais rígidas. Aglomerações, festinhas, estabelecimentos abertos que não constam da lista de "serviços essenciais", circulação nas ruas sem máscaras. Todas as atitudes, consideradas como furos da quarentena podem ser denunciadas à Prefeitura de Belo Horizonte ou à Polícia Militar

O cidadão que flagrar qualquer desvio das recomendações das autoridades sanitárias em relação à pandemia do coronavírus deve acionar o telefone 156 da PBH ou o 190 da Polícia Militar e denunciar a situação. A Ouvidoria do município também pode ser acionada através do serviço "Fale Conosco" do portal da PBH.