Jornal Estado de Minas

Caminhoneiro que se tratou de COVID-19 em Montes Claros deixa hospital sob aplausos

A COVID-19 já causou mais de 40 mil mortes no Brasil, segundo dados desta quinta-feira do consórcio de veículos de imprensa. Mas, em meio a tantas perdas também existem muitas histórias de superação da doença. Uma dessas vitórias é a do caminhoneiro L. C. de S, de 51 anos, que, nessa quarta-feira (10), recebeu alta no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), em Montes Claros, no Norte de Minas, sob aplausos dos funcionários. Natural do Ceará, o caminhoneiro  ficou internado 46 dias, dos quais 30 no Centro de Tratamento  Intensivo (CTI). 





 No dia 22 de abril,  o caminhoneiro saiu do Ceará com destino a São Paulo. Ao passar pelo pelo Norte de Minas, ele sentiu mal em uma parada em posto de gasolina, às margens da BR-251. Foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu) e levado parao Hospital Municipal de Francisco Sá, cidade da mesma região, segundo a secretária de Saúde do município,  Aline Bicalho. Em seguida,  ele foi transferido para Montes Claros, informou o Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O quadro se agravou e, no dia 3 de maio,  o paciente foi levado para o CTI e precisou ser entubado. Por lá, ele ficou até o dia 2 de junho. 

“Temos muita gratidão a Deus a todos os médicos do HUCF pelo esforço”, afirma a mulher do caminhoneiro, S.M.O.M.  “O sentimento é de extrema gratidão, pois, muitas vezes, eu mesma não acreditava que seria possível ele (o marido)  voltar pra nós”, relembra. Ela que deslocou até o Norte de Minas para reencontrar  o companheiro depois de ficar 39 dias sem vê-lo.

A mulher afirma que o caminhoneiro apresentou os sinais da doença gripal ainda antes de sair de casa, mas que não imaginou que ele teria contraído a COVID-19.  “Ele já saiu do Ceará com os sintomas, estava com a garganta ardendo e febril. Mas a gente nunca pensou que seria coronavírus. No Ceará, tem muitos casos e o meu marido não teve os cuidados preventivos necessários”, relatou. 





A superintendente do Hospital Universitário Clemente de Faria, Priscila Izabela Menezes, ressalta que a unidade é referência para  a macrorregião Norte de Minas, que atende 1,6 milhão de pessoas. Mas, ainda segundo ela, devido a situação geográfica de Montes Claros, os hospitais acabam recebendo pessoas  de outros estados. “Por sermos um entroncamento rodoviário, recebemos pacientes de todo o Brasil, como foi o caso em discussão – que, por ser caminhoneiro, passou mal na viagem e foi trazido para o nosso hospital”, comenta. 

Priscila também informou que, desde o inicio da pandemia até a ultima terça-feira (10), o Hospital Universitário de Montes Claros atendeu 312 casos suspeitos da COVID-19. A unidade conta com 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) voltados exclusivamente pra os casos de coronavírus. Nesta quinta-feira, a unidade registra seis pacientes internados com suspeitas da doença.

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