Jornal Estado de Minas

'Recua, racista, recua', gritam manifestantes em ato na Praça Sete

A Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, é palco, na tarde deste domingo (7), de um ato antirracista. Sob o lema #VidasNegrasImportam, manifestantes se posicionam em frente ao "pirulito" para pedir o fim da morte de jovens negros e reivindicar igualdade de oportunidades.




Por volta das 15h10, os manifestantes se calaram e erguerarm os punhos direitos, para pedir justiça e lembrar vítimas como o norte-americano George Floyd e o carioca João Pedro Mattos, mortos durante operações policiais. 



Manifestantes entoaram algumas palavras de ordem: "Recua, racista, recua! É o poder preto que está na rua", gritava do megafone um dos líderes do ato, o DJ Zeu.

"Nossa luta é para mudar a legislação brasileira, para parar de matar gente. Nossa bandeira é preta e anti-partidária. Queremos mudanças agora, mudar a legislação. Não adianta ter presidente A ou B e entrar outro branco engravatado matando pretos", explicou Zeu à reportagem.


O menino Miguel Otávio, que caiu de um prédio no Recife na semana passada, e a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada numa emboscada em 2018, também foram lembrados. Outros assassinatos ocorridos no Rio de Janeiro - do músico Evaldo Rosa e da menina Ágatha Félix, ambos em 2019 - foram citados pelos manifestantes. 



O movimento contou com a adesão de participantes da manifestação organizada por grupos antifascistas, ocorrida entre o fim da manhã e o inicio da tarde deste domingo. Não faltaram gritos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
 
A Polícia Militar não deu estimativa de quantas pessoas estão participando do ato.
 


Após quase uma hora de caminhada, a manifestação chegou à Praça da Liberdade, ao som de palavras de ordem como "poder para o povo preto". 

Na frente do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), DJ Zeu lembrou a importância da marcha contra a discriminação racial: "Que essa luta não pare hoje. Estamos aqui pelo povo preto brasileiro. A mudança vai começar por quem esteve aqui (no ato)".





Os manifestantes percorreram um trecho da Avenida Afonso Pena e, depois, seguiram pela João Pinheiro.

Pedidos pelo fim da violência contra a população negra foram ouvidos aos montes. "Parem de nos matar!", gritaram em diversas ocasiões.

Durante o trajeto, foram registrados apenas dois tumultos. O primeiro ocorreu quando um homem provocou os manifestantes na subida da avenida João Pinheiro. Ele recebeu vaias e acabou retirado por policiais militares. Em seguida, dois manfestantes foram presos por picharem a faculdade de direito da UFMG e o prédio do CCBB.