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Estado de Minas PESQUISA NA GRANDE BH

Medo de contrair a COVID-19 supera temor de perder o emprego

Na Grande BH, 7 a cada 10 pessoas têm maior preocupação com o coronavírus do que ficar sem a renda do trabalho e 28,7% pensam mais na falta do emprego, segundo pesquisa do Instituto Olhar/Crisp-UFMG, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas


14/05/2020 04:00 - atualizado 14/05/2020 07:16

Maioria dos entrevistados entende que não está na hora de flexibilizar a quarentena e parte deles pratica o distanciamento social(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maioria dos entrevistados entende que não está na hora de flexibilizar a quarentena e parte deles pratica o distanciamento social (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


A cada grupo de 10 moradores da Grande Belo Horizonte, sete têm mais medo de contrair a COVID-19 do que perder a sua renda devido aos efeitos na economia da crise do novo coronavírus (Sars-Cov-2). A opinião foi expressa na sexta semana da pesquisa “Termômetros da crise COVID-19”, do Instituto Olhar/Crisp-UFMG, que é divulgada semanalmente com exclusividade pelo Estado de Minas. O percentual de pessoas que responderam ter mais medo da infecção foi de 71,3%, enquanto aqueles que temem mais pelos seus empregos e renda somam 28,7% do universo do levantamento.

Reflexo desse receio, a maioria dos entrevistados não acha que seja a hora de flexibilização do afastamento comunitário. A pesquisa constatou que 59% querem manter um isolamento rigoroso nas cidades onde moram, ante 36,6% que afirmaram já ser hora de uma liberação gradual de algumas atividades. A minoria, 4,4%, quer o fim do regime de afastamento.

Embora o cenário da economia afete toda a população, os entrevistados expressaram que a preocupação com a saúde ainda é maior e que eles enxergam o isolamento como única ferramenta disponível de sobrevivência, na avaliação do sócio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade, doutor em administração. “Hoje, dispomos apenas destas três opções: isolamento rígido, flexibilização gradual, e abertura. Ainda predomina o entendimento de que não seja um momento de se ter um abrandamento do isolamento, já que a preocupação com os efeitos da doença e com a preservação da vida ainda são maiores, apesar dos impactos na renda”, afirma.

Nessa sexta rodada da pesquisa, realizada entre o dia 7 e terça-feira, os entrevistados emitiram notas de zero a 10, traduzidas depois em termômetros com os parâmetros de apoio ao isolamento social, medo da infecção, desempenho dos governos no enfrentamento à pandemia, e comprometimento econômico.

O apoio ao isolamento continua elevado, com nota 8,4, mas com o registro de menor pontuação, tendo em vista que na última semana havia chegado ao pico, com pontuação 8,7. A visão sobre o comprometimento dos outros segue em declínio, com a percepção recebendo a pior nota, de 7,4. Essa avaliação chegou a 8,2 na primeira semana. Chama a atenção, também, o fato de ter dobrado o número de pessoas que, em vez de isolamento, praticam distanciamento, ou seja, reduziram os contatos sociais. Esse índice foi de 5,6% na semana anterior de entrevistas e subiu para 10,3%, o maior de toda a série.

“Isso mostra que já há um certo desgaste das pessoas com o isolamento, com a queda ainda pequena do tempo de apoio, mas, ainda assim, a medida é vista como a principal a ser tomada para conter a doença”, observa o diretor do instituto de pesquisa. A maioria dos entrevistados, 68,2%, ainda sai de casa apenas para praticar atividades essenciais (eram 69,2% na pesquisa anterior). A taxa média de apoio à quarentena é de 15,7 semanas desde 20 de março, índice similar ao da última amostragem, de sete dias atrás, que era de 16,7.



Prefeituras são melhor avaliadas


A avaliação dos moradores da Grande BH sobre a atuação dos governos no combate ao coronavírus caiu para o patamar mais baixo desde o início dessa pesquisa, marcando 5,1 pontos. No começo da pesquisa, essa percepção alcançou pontuação 6,6. Abaixo da média, puxando essa percepção, estão as respostas relativas aos governos federal, que mantiveram a nota 3, e estadual, de 4,8, perante os 5,5 anteriores.

A confiança maior ainda está nas prefeituras da Grande BH, que receberan 7,5 pontos, mas que apresentou recuo depois de registrar pontuação 8 na última semana. “Percebemos que as pessoas estão decepcionadas com os rumos que os governos tomaram. Não sentem que nenhuma esfera tenha dominado completamente a situação, recaindo mais sobre as ações de isolamento das populações a contenção da COVID-19”, observa o sócio-diretor do Instituto Olhar, professor Matheus Lemos de Andrade.

O governo federal tem a maior concentração de notas zero, com 45,1% de respostas o classificando assim ante a pandemia do novo coronavírus. O governo estadual conseguiu dobrar o seu índice de notas zero desde a última semana, saltando de 9,9% para 20,6% com essa conceituação, e uma porção importante (46,8%) dos entrevistados têm avaliação de notas 5 a 8. 

As prefeituras municipais se destacam pelas notas máximas, que foram assinaladas por 32,2% da amostra da pesquisa. (MP)


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