Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS

Kalil: 'Somos muito obedientes ao que a ciência diz'

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a afirmar que não descarta adotar o fechamento total de Belo Horizonte, ação mais drástica no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) chamada de ‘lockdown’. Segundo ele, a administração municipal é ‘obediente’ à ciência e vai acatar o que for recomendado pelo comitê que coordena as ações no combate à doença.



A afirmação foi feita ao apresentador Cesar Tralli, em entrevista na Globonews no início da noite desta terça-feira. Um dia antes, Kalil já havia afirmado que admitia ‘até fechar a cidade’ como forma de conter o avanço da pandemia na capital mineira.

“Belo Horizonte não descarta nada. Nós temos um comitê formado pelo secretário de Saúde, pelo secretário de Planejamento, pelo secretário da Fazenda, junto a ação social, e principalmente por três grandes infectologistas. Estamos sendo guiados, orientados e somos muito obedientes ao que a ciência diz. Assim como a ciência tem coordenado o fechamento do comércio, ela pode coordenar o lockdown em Belo Horizonte, como pode abrir a cidade, orientados pelo Planejamento, pela Fazenda e pela ação social”, disse.

Kalil também detalhou como pensa em manter as medidas de restrição ao comércio e isolamento social, criticadas por parte da população e dos empresários, e organizar a reabertura econômica da cidade. “Numa segunda etapa, temos a obrigação também de ajudar todo esse povo que, sabemos, é muito mais difícil que a classe média, classe média-alta e classe A, de ficar em casa. Essa é a segunda fase do plano, que não acaba com a abertura. Mesmo sendo coordenada, temos que ajudar muita gente”, enfatizou.


Segundo o prefeito, o impacto econômico alegado por políticos e empresários que pedem a reabertura do comércio já foi causado no mundo todo. A estratégia, antes da retomada, precisa ser ‘salvar vidas’.

“O que acontece é que, na minha opinião, a catástrofe econômica já aconteceu no mundo. A suécia está com tudo aberto e tem números impressionantes de declínio econômico e de mortos. Isso é um fato mundial, histórico. A tragédia econômica já está imposta ao mundo, dos Estados Unidos à Nicarágua. O que nós temos que olhar é todos vão participar da tragédia econômica que se abateu sobre a humanidade. Então nós temos que salvar o maior número de vidas porque a tragédia econômica não é no Brasil, é no mundo”, argumentou Kalil.

Minas registrou mais seis mortes nas últimas 24 horas. Ao todo, foram 127 vidas perdidas para a COVID-19. De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta terça (12), 3.435 pessoas já testaram positivo para a doença no estado. Belo Horizonte contabiliza 25 mortes e 901 casos do total estadual.