Jornal Estado de Minas

COVID-19

Testagem: volume de resultados 'a confirmar' em Minas é um dos maiores do Brasil


O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que não é o momento para ampliar a testagem para a COVID-19 em Minas. Durante entrevista coletiva on-line, ele afirmou que o estado seguirá fazendo somente testes em pacientes graves, profissionais de saúde, asilados e pessoas restritas de liberdade. "Temos discutido internamente na secretaria qual é o momento adequado para começar testagem maior na sociedade. Não é neste momento. Temos que aguardar um pouco mais", afirmou.



O Estado de Minas apurou que o volume de resultados “a confirmar” em Minas é um dos maiores do Brasil, fato confirmado por especialistas e que engrossa a subnotificação de registros de contaminação e morte pelo novo coronavírus. Minas ocupa a quarta posição nacional no ranking de estados que menos realizam os testes.

O secretário, porém, admitiu que faltam insumos para ampliar o número de testes realizados no estado. Essa falta de insumos, principalmente para o exame PCR, conforme ele lembrou, ocorre em todo o Brasil. Ele disse ainda que outros estados, onde a pandemia tem feito número maior de contaminados e vítimas, têm sido priorizados pelo Ministério da Saúde no envio dos testes.

Amaral lembrou que o exame faz fotografia de momento e esclareceu que uma pessoa pode receber o resultado do teste dando negativo em um dia e se contaminar no outro. Ele disse não ser possível realizar o teste nos 100 mil casos suspeitos no estado. No entanto, alega que, mesmo se todos esses casos fossem testados, seria uma amostra pequena dentro da população total do estado, o que representaria, segundo ele, 0,5% da população. Segundo Carlos Amaral, o número de testes realizados demonstra que o resultado é positivo para 4,5% da população.



PICO A projeção do pico da pandemia em Minas foi alterado de 6 para 8 de junho, informou Carlos Eduardo Amaral. As datas são estabelecidas a partir de modelos estatísticos, elaborados com dados que levam em conta as medidas de combate à doença. No pico, a projeção é de cerca de 3 mil novas contaminações. Anteriormente, o secretário afirmou que poderia ocorrer em um único dia 220 mortos e 1,5 mil pessoas poderiam necessitar de respiradores.

O secretário reafirmou que o ideal é que Minas não passe por um pico da doença, quando há aumento expressivo no número de casos. Ele defende que o melhor é que os casos de contaminação e graves se distribuam ao longo do tempo, de forma que o sistema de saúde consiga absorver a demanda. Lembrou que houve aumento na movimentação de pessoas no estado devido ao Dia das Mães, sem dizer o quanto em percentual esse aumento de fluxo representou. Mais uma vez, o secretário voltou a defender as medidas de isolamento social.


Coronavírus já matou 121 em Minas


Minas Gerais passou de 119 para 121 mortos pelo novo coronavírus em 24 horas. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), 3.320 pessoas tiveram diagnóstico positivo para a COVID-19. As duas mortes foram registradas em Itajubá, uma mulher de 69 anos, e em Manhuaçu, um homem de 82. Os casos suspeitos subiram de 99.958 para 100.487 no estado. São pessoas que apresentam sintomas de algum quadro respiratório, mas ainda estão sem diagnóstico. Outras 132 mortes estão em investigação e 518 foram descartadas.



O número de municípios com confirmação de casos no estado passou para 240 e já foram confirmadas mortes em 57. Depois de BH, que registra 979 casos e 26 mortes, os municípios mineiros com mais casos confirmados e mortes são Juiz de Fora, com 13 mortes e 307 casos confirmados, Uberlândia (10 e 236) e Pouso Alegre (3 e 55). Nova Lima, que fez a reabertura das atividades na semana passada, tem 93 casos confirmados. O boletim traz a confirmação dos primeiros casos e mortes nos municípios de Cajuri, Cascalho Rico, Caxambu, Congonhal, Sacramento e Santo Antônio do Aventureiro.

No estado, o número de homens com diagnóstico positivo (1.603) voltou a superar o de mulheres (1.596). A faixa etária em que há o maior contágio, 78%, está compreendida entre 20 e 59 anos. O número de idosos atingidos pela doença é 578. No entanto, prevalece entre as pessoas com mais de 60 anos o maior número de mortes, 79%. Até o momento, foram 96 idosos mortos pela COVID-19. Observa-se a presença de comorbidades entre as pessoas que faleceram – 88% tinham doenças associadas, como obesidade, diabetes e hipertensão. O boletim mostra aumento no número de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SARS) na 18ª semana epidemiológico. Foram 81 nesse período.