Jornal Estado de Minas

DIAGNÓSTICO

Coronavírus: Lagoa Santa produzirá 500 mil testes rápidos


Uma empresa de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai produzir 500 mil kits de testes rápidos para o coronavírus (COVID-19), a serem distribuídos em todo o país. Uma outra fábrica, instalada em Pouso Alegre, no Sul do estado, vai dobrar sua produção mensal de monitores de sinais vitais, aparelhos usados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), ideais para o atendimento dos casos graves da doença respiratória.


As duas indústrias mineiras serão incluídas em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no total de R$ 20 milhões (R$ 10 milhões para cada uma) para a produção dos testes e dos equipamentos de UTI. Os recursos deverão ser aplicados na compra de insumos e na contratação de pessoal.
 
Os financiamentos foram aprovados no âmbito do Programa BNDES de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do Coronavírus, criado pelo banco público para ajudar o sistema de saúde no combate à doença.
 
A Labteste Diagnóstico SA, cuja unidade industrial está sediada em Lagoa Santa, vai usar a linha especial para ampliar em 500 mil kits a oferta de testes rápidos para COVID-19, que estão em escassez no mercado brasileiro. De acordo com informação do BNDES, a empresa mineira vai adquirir materiais de um fornecedor estrangeiro, detentor da tecnologia. A Labtest será responsável pela embalagem final dos testes, com rotulagem da empresa e instruções de uso em português.


 
Os testes detectam anticorpos para o coronavírus Sars-Cov-2 em amostras de soro, plasma ou sangue total humano e são importantes no combate à pandemia.
 
A outra incluída no Programa do BNDES de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do Coronavírus é a Pro Life Equipamentos Médicos, de Pouso Alegre. Com as novas contratações – viabilizadas com o empréstimo, a indústria vai funcionar em dois turnos. A empresa pretende também aplicar os recursos na aquisição de insumos de produção, na contratação de pessoal e em outras despesas para ampliar a produção. 

A Pro Life deverá dobrar, de 300 para 600, sua produção mensal de monitores de sinais vitais, equipamento obrigatório para gestão hospitalar em UTIs. Desta forma, a empresa conseguirá nos próximos meses atender a demanda por 1.500 novos monitores por parte de 70 entidades de saúde no país.

O que é o programa do BNDES

O Programa BNDES de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do Coronavírus  foi lançado no final de março,  como uma das ações do banco estatal para enfrentamento da crise da COVID-19. A  iniciativa visa a concessão de crédito emergencial para aumento da oferta de leitos emergenciais e equipamentos críticos para a saúde.


De acordo com o BNDES, o programa conta orçamento de R$ 2 bilhões e destina-se a prestadores de serviços hospitalares e de montagem e gestão de leitos emergenciais.  Empresas de outros setores que buscam converter suas produções em equipamentos e insumos para saúde também podem ser atendidas. Com esses recursos, a previsão é de que sejam incorporados ao sistema de saúde do país até 3 mil novos leitos de UTI, 15 mil respiradores pulmonares e 88 milhões de máscaras.

Ainda conforme o BNDES, o programa já aprovou R$ 183 milhões em seis operações, levando a um impacto de 662 novos leitos em hospitais de referência e à montagem de 2 mil leitos em hospitais de campanha para o atendimento a pacientes infectados pela COVID-19, 500 mil novos testes rápidos para a doença e 1.500 novos monitores.