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Estado de Minas UFMG

Coronavírus: Marcha pela Ciência reforça importância da área

Em evento virtual, professores apresentam pesquisas múltiplas que ajudam a entender e lidar com combate à pandemia


postado em 07/05/2020 15:06 / atualizado em 07/05/2020 16:04

Estudantes, professores e pesquisadores se mobilizaram em 2020 em torno de pesquisas para prevenir e acabar com o coronavírus(foto: Daniel Pristzer / ALMG)
Estudantes, professores e pesquisadores se mobilizaram em 2020 em torno de pesquisas para prevenir e acabar com o coronavírus (foto: Daniel Pristzer / ALMG)

Em tempos de isolamento social provocado pelo coronavírus, professores e pesquisadores da UFMG se mobilizaram para defender a importância da ciência na busca de saídas para a crise diante da pandemia de coronavírus. Promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o evento Marcha pela Ciência ocorreu pela primeira vez de forma virtual, com apresentação de propostas e projetos de naturezas diferentes com relação à COVID-19. Além dos impactos econômicos, os docentes falaram de trabalhos desenvolvidos na universidade mineira a respeito da produção de vacinas e iniciativas de prevenção para minimizar a taxa de mortes pela doença.
 
O evento pela internet reuniu a reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, Hugo Gama Cerqueira, e o professor Flávio Fonseca, pesquisador do Laboratório de Vírus do ICB e do CT Vacinas. Outra participação importante foi da professora Cristina Alvim, uma das criadoras do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus na UFMG, um banco de dados com uma série de pesquisas e informações à disposição dos brasileiros sobre a COVID-19. 
“Percebemos uma avidez por respostas baseadas na ciência. O caminho para sairmos dessa situação passa pela ciência. Temos mais de 40 projetos com o tema para sair da pandemia. Temos estudo no impacto para a saúde mental, acompanhamento da evolução, o papel dos laboratórios, o impacto econômico... Nossa proposta é assessorar diversos setores dentro e fora da UFMG. Para fazer isso adequadamente, temos ver as diversidades de perspectivas e lugares que compõem nossa universidade”, afirma Cristina. 
Desde o início da pandemia, pesquisadores da UFMG desenvolveram protetores faciais já adotados por supermercados e indústrias, plataformas digitais para acompanhamento da curva de casos, produção de álcool em gel, produção de software para padrões viróticos e um programa de monitoramento de esgoto para detectar com mais dinâmica a presença do vírus nos  ambientes brasileiros. A universidade conta também com uma proposta de acompanhamento da evolução da COVID-19 entre as comunidades indígenas, vilas e favelas, população LTBT e agricultores familiares. 
Apesar das ações desenvolvidas, Cristina entende que o melhor caminho para o controle da doença é evitar a aglomeração de pessoas: “Quem pode ficar em casa deve ficar, com paciência. Só assim vamos proteger a população e passar pela pandemia sem sobrecarregar os sistemas de saúde. Esperamos que em Minas possamos ter uma trajetória diferente, baseada na prevenção”. 

Desde o início da pandemia, a UFMG vem tentando desenvolver uma vacina que possa ajudar a combater o coronavírus, baseada na vacina comum para influenza.  De acordo com o professor Flávio Fonseca, do departamento de microbiologia, o desafio é justamente o tempo, já que a pandemia tem provocado mortes em sequência: “A vacina mais rápida que produzimos foi produzida em cinco anos, que foi contra o Ebola. Queremos produzir uma em um ano e oito meses. Temos de repensar as fases de testes clínicos sem perder segurança e eficácia. Outro desafio é o fato de sermos capazes de produzir algo que funciona realmente. E não pode haver falhas. O valor também não é barato. Mas ciência é investimento, já que o retorno vai salvar muita gente”.

Segundo o pesquisador, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece atualmente 140 projetos de vacinas no mundo, dos quais 60 já estão sendo estudadas em animais. Caso os resultados sejam promissores, os testes clínicos serão feitos em humanos. Outras seis vacinas já passaram por etapa superior e estão sendo testadas em pessoas. 

Com relação à economia, estudos da UFMG acreditam que a pandemia pode ser controlada ao mesmo tempo em que as pessoas não percam renda no período em que estejam sem trabalhar. A pesquisa da universidade indica que o governo tem de ampliar os investimentos sociais de modo a amenizar a crise financeira: “Estamos lidando com uma situação bastante grave. A partir de tudo o que a ciência já fez, o isolamento social é extremamente indispensável, ainda que paralise a economia. Mas é preciso sermos bastante incisivos. Esse dilema entre salvar vidas ou salvar a economia é uma aberração ética e uma impostura científica. A ciência econômica tem ferramentas que podem combater crises como essa”, afirma o professor Hugo Cerqueira. 

O docente entende que é preciso um esforço extra da União, dos estados e municípios para atacar a desigualdade e a perda de renda: “O governo federal demorou muito para tomar atitude e parece não ter dado conta da dimensão do problema. É preciso direcionar recursos públicos, ampliação da renda aos mais vulneráveis, do seguro-desemprego, de medidas de apoio a pequenas e médias empresas”. 


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