Jornal Estado de Minas

COVID-19

Com infecção de preso, Botelhos aponta descaso

Minas Gerais registrou nesta semana o primeiro caso de COVID-19, doença provocada pelo coronavírus, no sistema prisional. Trata-se de um detento do presídio de Botelhos, no Sul de Minas Gerais. Ele se encontra em uma cela isolada. A prefeitura do município reclamou das ações do estado, mas o governo diz que vem tomando todas as medidas para prevenir o contágio nas unidades.


 
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o homem deu entrada no presídio em 20 de abril, após ser preso em Poços de Caldas, também no Sul do estado. Ele foi isolado e testado três dias depois, quando manifestou sintomas de gripe. O exame ficou pronto na última quinta-feira.
 
“Vale ressaltar que a unidade de Botelhos é uma das portas de entrada do sistema prisional criadas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) como ação preventiva ao coronavírus, exatamente para evitar a propagação do vírus em presídios e penitenciárias do estado, pela admissão de novos presos que circulavam no ambiente extramuros”, informa a secretaria.
 
Na cela isolada, o detento precisa usar os equipamentos de proteção individual, assim como todos os servidores que têm de entrar em contato com ele. Entre os materiais estão máscaras e luvas. Equipes de saúde monitoram os outros detentos e profissionais que atuam na unidade.


 
Na sexta-feira, a Prefeitura de Botelhos comunicou o caso por meio de uma nota publicada no Facebook e fez uma crítica à atuação do estado. Segundo o texto, o governo foi comunicado diversas vezes sobre a situação, mas “muito pouco tem feito pelas condições mínimas de saúde dos detentos e agentes, trazendo diversos transtornos para o município”. Oficialmente, a Secretaria de Estado de Saúde contabiliza três casos da do- ença em Botelhos.

MEDIDAS PREVENTIVAS A Sejusp, ainda em nota, defendeu a atuação do governo, afirmando que tomou as medidas necessárias para evitar a disseminação do vírus ao suspender as visitas a presídios, assim como remessa de kits suplementares contendo alimentos, remédios, entre outros itens, para evitar a circulação de materiais contaminados. Além disso, afirma ter criado 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que vão funcionar como centros de triagem, incluindo a de Botelhos.