Jornal Estado de Minas

Movimento de risco

Monitoramento por software aponta que população está saindo mais de casa em Minas

O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, alertou que a adesão ao isolamento social no estado diminuiu ao longo dos últimos 10 dias, e reforçou que a medida continua sendo a principal recomendação da pasta para conter o avanço do coronavírus. Pela manhã desta sexta-feira, boletim epidemiológico da SES confirmava 54 mortes e 1.419 casos da COVID-19, a doença provocada pelo micro-organismo, no estado.



Segundo Amaral, o movimento foi apontado por um software utilizado pela secretaria para monitorar a quarentena, e é consequência da flexibilização dessa política em diversas cidades mineiras. “O software acompanha 3 milhões de pessoas, o que nos dá uma ideia do isolamento social desde que ele foi orientado, há um mês. Notamos que houve aumento da mobilidade nos últimos 10 dias, tanto na capital quanto nas cidades do interior. Houve uma diminuição do isolamento. Para nós, o isolamento é importante”, disse em coletiva virtual realizada ontem.

O secretário mencionou também o programa Minas Consciente, anunciado na quinta-feira pelo governador Romeu Zema (Novo), cuja proposta é orientar o retorno gradual das atividades comerciais nos municípios. Questionado sobre o risco de o protocolo estimular a quebra descontrolada do isolamento social, Amaral reiterou que o crescimento da mobilidade já existe e não pode ser conectado à política de retomada econômica do governo.

"O que estamos vendo é que as pessoas já estão indo para a rua. Isso já é fato. Essa mudança é natural, independe do que estamos orientando. Neste momento, a Secretaria de Saúde e o governo não mudaram suas orientações. Só estão liberadas as atividades essenciais. É o que está valendo até agora. Entendemos que, semana que vem, pode haver a abertura da primeira onda. Mas não começamos ainda. Estamos informando, neste momento, o projeto que temos e como ele será desenvolvido. É importante que o cidadão entenda isso: é para manter o isolamento", destacou.



O programa Minas Consciente divide as atividades e serviços do estado em quatro ondas: essenciais (onda 0), baixo (onda 1), médio (onda 2) e alto risco (onda 3), considerando as variáveis econômicas e o impacto de cada uma no sistema de saúde. A ideia é que o retorno dos segmentos seja gradual. De acordo com Zema, as orientações gerais para adesão ao projeto, que é opcional, serão disponibilizadas às prefeituras na semana que vem.

O chefe do Executivo estadual, no entanto, ponderou que o programa pode ser acelerado, mantido como está ou até recuado, dependendo do avanço da COVID-19 em Minas.

Salto de casos e de mortes suspeitas

O boletim epidemiológico da COVID-19 divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde, registrou 1.419 casos confirmados, uma alta de 111 em relação aos dados de quinta-feira. Nas mesmas 24 horas, o número de mortes confirmadas subiu de 51 para 54. Outros 91 óbitos permanecem em investigação, segundo a SES, contra os 78 de quinta-feira. Ou seja, 16 mortes suspeitas foram notificadas à pasta em 24 horas, considerando a diferença entre os dois números (13) e que três dos óbitos que estavam na lista anterior passaram para o status de confirmados, o que reduzira o total de quinta para 75 não fossem as novas notificações. Até o momento, foram descartados 330 casos suspeitos da doença.

Belo Horizonte voltou a contabilizar mortes pelo coronavírus de quatro dias de curva estável: são, agora, 11 óbitos confirmados, contra os nove registrados até quinta-feira. O total de casos com exames positivos na capital subiu de 482 para 508, alta de 26 em um dia.



Os casos suspeitos em investigação em Minas apontados no novo boletim somam 73.271, número inferior ao do último relatório, que era de 77.775. De acordo com a SES-MG, a redução se deve à correção de duplicidades lançadas no sistema.

Exames já confirmaram a infecção em pacientes de 137 cidades mineiras e mortes pela COVID-19 em 34. A maior parte dos infectados - 709 - é do sexo masculino. As mulheres com exame positivo para a doença somam 656. Os homens também são maioria entre os pacientes que morreram. Eles são 30, enquanto as mulheres que perderam a vida em decorrência da doença são 24. Pacientes que tinham algum tipo de comorbidade são maioria entre os mortos: 42 ou 78% do total. A principal dela é a hipertensão, presente em 28 dos que morreram.

CORONAVÍRUS NO ESTADO

1.419
casos confirmados 

73.271
casos suspeitos  

54
mortes confirmadas
 
91
óbitos suspeitos 

330
mortes descartadas 

Fonte: SES-MG