Jornal Estado de Minas

COVID-19

Bombeiros prestam homenagem a profissionais de saúde em BH

Coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, Chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)

A viatura acostumada a apagar incêndios deu lugar à música de esperança para trabalhadores de serviços essenciais na Região Hospitalar, em Belo Horizonte. No início da tarde desta sexta-feira, militares do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais prestaram homenagem aos profissionais que trabalham na rede de saúde com apresentação musical.




Os clássicos da música brasileira e internacional fizeram o repertório de estímulo e solidariedade à toda sociedade. O show foi comandado por 20 militares da Banda Sinfônica e Bombeiros Instrumental Orquestra Show (Bios).

E para alcançar as janelas dos hospitais do Grupo Santa Casa, os bombeiros subiram na Auto Plataforma Escada (APE), viatura com escada que atinge 54 metros de altura. Da ascensão dos músicos, uma faixa gigante com a mensagem de alento: “vocês nunca estarão sozinhos”.


 
Carinhosamente conhecido como heróis, os bombeiros puderam homenagear novos heróis evidenciados com a pandemia do novo coronavírus: médicos, enfermeiros, auxiliares, profissionais da limpeza, militares, produtores rurais, jornalistas, entregadores e outros que atuam diariamente para manter os serviços essenciais.


 
Soldado Charles de Paula Camilo, saxofonista da Bombeiros Instrumental Orquestra Show (Bios) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)
 

“Da mesma forma que o vírus é contagiante, a nossa ideia é trazer uma mensagem de solidariedade contagiante”, conta o coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. “Como a gente trabalha nas ruas, entende como é que funciona em momentos de crise, entendemos que este é o momento de trazer essa mensagem de união e força para esses profissionais.”

Soldado Gabriel Alberto, tecladista da banda dos bombeiros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)


O saxofonista Charles de Paula Camilo se emocionou ao tocar para a plateia que também enchia os olhos d’água. “Eu tive que segurar muito (a emoção). Tem uma pessoa muito querida, que neste momento não está mais com a gente, que amava me ver tocar. Ela achava muito lindo esse trabalho e eu quero continuar fazendo isso”, conta o bombeiro comovido ao lembrar da sogra que faleceu há um mês.

Roseli Barbuina se emocionou ao som da orquestra (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)


A canção que fez o militar respirar fundo foi a mesma que tocou o coração do tecladista Gabriel Alberto: Creio que Tu és a cura. “Acredito que Deus está no controle de tudo”, disse o soldado, grato por poder colaborar com seu trabalho. “É um sentimento de muita gratidão por trazer um acalento a esses profissionais, a gente sabe o tanto que eles se dedicam assim como a gente pra estar zelando pela sociedade, pelas vidas humanas. Uma sensação indescritível”, disse o militar.



Emoção dos homenageados

Enquanto bombeiros levavam a mensagem motivacional para a população e trabalhadores dos serviços essenciais em forma de música, eles correspondiam em lágrimas e aplausos. Das janelas do complexo de saúde, mensagens de gratidão improvisadas em papel e caneta. Da sacada do Hospital São Lucas, os profissionais de jaleco acenavam no ritmo das canções.

Profissionais do Grupo Santa Casa agradecem homenagem (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)


Os trabalhadores da limpeza e higienização, fundamentais no combate ao novo coronavírus, também se emocionaram. Rosimeire da Silva Guimarães, chorou ao contar do receio em trabalhar na linha de frente. “Está difícil, com 'essa corona', hospital cheio de gente doente. Está sendo muito difícil pra todo mundo”, disse a profissional, agradecendo a ação dos bombeiros. “É muito bom saber que a gente não está sozinho nessa luta, que alguém valoriza a gente, dando força pra gente lutar. Assim a gente vai vencer essa doença se Deus quiser.”

Profissionais da saúde acenavam no ritmo das canções da sacada do Hospital São Lucas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/ D.A Press)


Lágrimas de alegria também escorreram dos olhos de Roseli Barbuina ao som da orquestra. “Eu acho muito bacana porque a gente larga tudo pra vim pra cá dando tudo de nós. A gente deixa em casa filhos, netos, pra vir combater também (a COVID-19), viemos pra ajudar. ‘Ai do hospital’ se não fosse a higienização também”, disse a trabalhadora. “Fico bastante emocionada em saber que em um momento estamos sendo lembrados.”