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Estado de Minas COVID-19

Coronavírus: Lojas de tecido vivem impasse em BH

Comerciantes argumentam que, depois que o uso da máscara se tornou obrigatório, a venda do produto passou a ser essencial e não sabem como agir


postado em 15/04/2020 17:21 / atualizado em 15/04/2020 18:15

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A press)
Depois que o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) anunciou em coletiva de imprensa o uso obrigatório de máscaras nas ruas da cidade a partir da próxima sexta-feira, a procura pelo tecido para a fabricação deste item aumentou significativamente. O Estado de Minas, flagrou nesta quarta-feira (15) várias aglomerações em frente às lojas de tecido no Bairro Barro Preto. Os comerciantes não sabem como agir. A procura pelos tecidos aumentou muito, já que a confecção do item de segurança pode, inclusive, garantir renda extra às famílias e o trabalho é executado em casa.

Tentando evitar o acúmulo de pessoas em frente às lojas, os comerciantes questionam se as medidas tomadas pela prefeitura sobre a aberturas do comércio se aplicam às lojas de tecido, sobretudo agora. Procurada pela reportagem, a PBH afirmou que as lojas de tecidos não estão autorizadas a funcionar. De acordo com eles, o decreto 17.328/2020 obriga esse tipo de estabelecimento fazer vendas apenas no sistema de delivery. A prefeitura disse ainda que não prevê nenhum tipo de alteração na norma de funcionamento. 

Durante entrevista coletiva na última terça-feira (14), o prefeito afirmou que as máscaras serão distribuídas apenas para as pessoas que estão na “miséria”. “Faremos a entrega para os miseráveis, os invisíveis. Não somos obrigados a entregar pra população. O restante pode fazer com meia, camisa, fralda”, explicou, incentivando as soluções caseiras.

A administradora, Marina Moreira, de 28 anos, é dona de uma loja de tecidos da Rua dos Goitacazes. Ela conta que até tentou fazer as vendas online, mas que os clientes, em sua maioria pessoas que compram quantidades relativamente pequenas, insistem em ver o tecido pessoalmente, o que acaba aumentando o número de pessoas em frente às lojas trazendo problemas com a Guarda Municipal. 

“Estamos seguindo todas as regras impostas pela prefeitura. A questão é: se as pessoas são obrigadas a usar máscaras, nosso serviço se torna essencial, certo? Então, a melhor forma, a meu ver, é permitir a abertura das lojas. A gente organiza uma fila com distanciamento e autoriza a entrada de poucas pessoas por vez, evitando a aglomeração que está ocorrendo em frente aos estabelecimentos”, explica.

Segundo Marina, os clientes reclamam de não poder entrar nas lojas. “A gente vende na porta. Até inventei uma forma nova de vender, fiz um estilo de vitrine. Mostro o tecido através de um vidro e depois entrego ao cliente na porta da loja. Mas os clientes querem entrar, tocar os tecidos, ver as opções disponíveis”, diz.

Eliza Fernanda, de 32 anos, cliente das lojas, afirma que o serviço é essencial para os pequenos produtores. “Enxerguei na produção de máscaras uma forma de ter minha renda garantida mesmo na crise. Com isso, consigo comprar arroz e feijão para meus filhos, que estão em casa porque os colégios fecharam. A gente lava a mão dos comérciantes, porque compramos o produto. Eles lavam as nossas, porque ajudam a gente criar as máscaras. Teremos máscaras para todos e, assim, ninguém é prejudicado”, argumenta.

Os comerciantes Paulo Lage e Dora Goutheierr tiveram mais sucesso nas vendas on-line, mas também vivem o dilema nas lojas físicas. O casal organizou um estilo de drive thru para vendas, em que o cliente liga para a loja, faz a encomenda e busca de carro o material. Eles compraram diversas máscaras para os funcionários e disponibilizaram álcool em gel para eles. Donos de quatro lojas de tecido, eles dizem que as vendas caíram 70% desde o início das medidas restritivas e que a demanda aumentou muito depois do anúncio da obrigatoriedade das máscaras. "Estamos tentando nos adequar, restringindo ao máximo o contato físico."

Apesar de conseguir vender o produto de forma mais organizada, os comerciantes pedem liberação para a reabertura das lojas .“Estamos seguindo todas recomendações da prefeitura. Mas estamos em prejuízo. Acredito que teremos que acionar a medida provisória 396, que suspende os contratos”, explica Dora. “Acreditamos que, depois de o uso de máscaras se tornar obrigatório, a venda de tecidos é essencial”, finaliza.

Dora também conta que a Guarda Municipal faz rondas pelas ruas do bairro. A comerciante, que já presenciou o fechamento de lojas próximas à sua, diz que, em geral, eles só "chamam a atenção quando tem algum tipo de aglomeração”.
 
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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