A secretaria de Saúde, por sua vez, é quem determina o destino do que foi recolhido. À Defesa Civil, cabe a tarefa de levar, às casas de saúde, os insumos angariados. As contribuições financeiras só são transferidas do Servas à saúde pública estadual após a pasta informar onde os recursos serão aplicados.
“A doação traz o abraço que não podemos dar neste momento, aproximando as pessoas que têm condição de doar aos anônimos que vão receber o auxílio. Às vezes, a pessoa doa para a compra de um respirador que pode, inclusive, atender familiares”, comenta o coordenador-adjunto da Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho.
0Não há valor mínimo para doações. Qualquer cidadão interessado em ajudar, pode contribuir.
Auxílio de empresas
A Fiat entregou ao governo do estado, nesse domingo, 2.500 luvas e 500 macacões de proteção para ajudar médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) tem feito movimentos junto às companhias associadas para arrecadar recursos para a compra de equipamentos hospitalares, como monitores e respiradores.Além da Fiat e da doação conjunta organizada pela Fiemg, outras empresas, como o Banco Mercantil do Brasil, a construtora MRV, a companhia de produtos de limpeza e Inglesa e a Sul-Americana de Metais (SAM), já comunicaram, ao governo estadual, o interesse de contribuir com o sistema de saúde.
Mais leitos
Ainda segundo o coordenador-adjunto da Defesa Civil, as doações podem possibilitar a abertura de novos leitos para tratar os infectados que necessitam de cuidados especiais.
“Vimos que países de primeiro mundo, como Itália e Espanha, estão sofrendo com a falta de leitos. Temos tempo para planejar ações caso haja um alto número de pessoas necessitando de unidades de terapia intensiva (UTIs) e respiradores, a gente tenha condições de recebê-las”, projeta.
Ao lado da construtora Andrade Gutierrez, a Fiemg vai colocar quatro andares da unidade localizada entre Betim e Contagem do Hospital Mater Dei como pontos de internação aos pacientes diagnosticados com a COVID-19. A ideia é ampliar o número de leitos da unidade. Os recursos vão ser provenientes de um fundo administrado pela Fiemg. A Andrade Gutierrez, por sua vez, será responsável pela logística ligada à entrega dos equipamentos ao hospital.
Após o surto, os equipamentos adquiridos para o Mater Dei serão disponibilizados ao governo estadual.
Manutenção de respiradores
Ao lado de grandes indústrias, o Serviço Naconal de Aprendizado Industrial (Senai) vai fazer a manutenção de respiradores. A ideia é reparar os equipamentos e devolvê-los ao sistema de saúde, amenizando um dos maiores gargalos enfrentados pelos hospitais. E todo o país, há 25 pontos para o recolhimento dos respiradores.
Em Minas Gerais, foram instalados pontos para recolhimento nos centros de inovação do Senai e da ArcelorMittal — ambos em Belo Horizonte — e a fábrica da Fiat, em Betim.