É o caso do empresário José Wilson Batista Sena, dono de duas lojas no hipercentro da capital. Ele fechou a maior e deu férias coletivas aos 18 funcionários, mas desde sábado decidiu abrir a menor, na Rua Curitiba, onde vende utensílios dométicos.
“A situação está cada vez mais difícil. Para pagar a folha deste mês eu tenho recursos, mas se continuar como está, terei de demitir empregados, o que não gostaria de fazer de jeito nenhum”, explica ele, que está há 30 anos no ramo.
Para contornar ou diminuir os riscos de disseminação do novo coronavírus, ele e os colaboradores estão trabalhando de máscaras. Também há controle na entrada do estaabelecimento, permitindo o acesso de no máximo dois clientes por vez. Também disponibiliza álcool-gel para todos.
“Está complicado. Sábado vendi cerca de 25% do que costumo negociar normalmente, mas temos de continuar tentando. Os boletos não param de chegar”, argumenta ele, que já entrou em contato com bancos e com imobiliária para negociar valores a pagar.
Os pequenos comerciantes são os mais vulneráveis em situações como a atual e até por isso são os que mais buscam formas de funcionar. Entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas, foi possível ver, por exemplo, alguns estabelecimentos diminutos com seus produtos do lado de fora, como os que negociam bolsas, malas e calçados.
Já os restaurantes, padarias e lanchonetes estão obedecendo a determinação do poder público. Assim, vendem produtos, mas só para quem tirá-los do local. Na falta de local apropriado, algumas pessoas compram comida em embalagens descartáveis e comem sentados na própria rua ou nas praças, como a Rio Branco, em frente à rodoviária.
O panorma não se altera em bairros da região central, como o Barro Preto, Gutierrez e Savassi. Movimento mesmo só em supermercados em farmácias, autorizados a funcionar pelo prefeito Alexandre Kalil.
Mas distante do centro, em Venda Nova, a maior parte dos comerciantes também tem mantido as portas fechadas. A diferença lá é que, além de supermercados e farmácias, as agências bancárias, principalmente da Caixa Econômica Federal, apresentaram a condenável aglomeração de pessoas.
Praça fraca
Com quase todo o comércio da cidade fechado, quem também sofre são os motoristas de táxi. Ao invés de corridas seguidas, eles encaram horas de ociosidade nos pontos, mesmo aqueles mais disputados, em função do isolamento social aconselhado à população pelas autoridades de saúde.“Em 38 anos de profissão, nunca vi movimento tão fraco”, afirma o taxista Marcos Roberto, estacionado nas esquinas de Rua Curitiba com Carijós, no centro de Belo Horizonte.
Ele diz ter ficado os últimos oito dias em casa, justamente por saber que não haveria passageiros, mas voltou a trabalhar ontem depois de ouvir notícias que os comerciantes iam abrir as lojas. “Como está tudo fechado, me arrependi de ter vindo”, argumenta ele, que saiu de casa às 6h30 e até as 12h30 havia feito apenas duas corridas. “Não vale à pena.”
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- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Colaborou Aissa Mac