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Estado de Minas

Coronavírus: voluntários ajudam moradores de rua e pedem mais abrigos em BH

Voluntário explica que morador em situação de rua ainda está "perdido". São 4,6 mil pessoas vivendo nessa situação em Belo Horizonte


postado em 27/03/2020 17:25 / atualizado em 27/03/2020 18:21

Grupo faz trabalho voluntário na Pedreira Prado Lopes, na Região Noroeste de Belo Horizonte(foto: Banho Solidário/ Divulgação)
Grupo faz trabalho voluntário na Pedreira Prado Lopes, na Região Noroeste de Belo Horizonte (foto: Banho Solidário/ Divulgação)
Voluntários de projetos sociais vão às ruas para tentar acolher os moradores em situação de rua em plena pandemia de coronavírus.  São 4,6 mil pessoas  vivendo nas ruas de Belo Horizonte. No início da tarde, a administração municipal anunciou ações de proteção para essa população, incluindo, a oferta de refeições aos fins de semana e  abertura de novas vagas de acolhimento para essa população. Mas, voluntários afirmam que não é suficiente. 

 

O Banho Solidário começou suas atividades em outubro de 2016, atuando na Região da Pedreira Padro Lopes depois de constatarem que, apesar das diversas ações sociais feita em Belo Horizonte, a região apresentava ainda muitos problemas e pouco amparo."Devido a isso, convidamos voluntários para  atuar nessa região. Nosso público são os usuários de crack. Na ação, oferecemos o atendimento com profissionais da área da saúde, além de café e almoço", explicou  o coordenador do projeto Banho Solidário, Stephanio Gomes da Cunha


O grupo se divide em dois turnos. O primeiro é responsável pelo banho masculino,  higienização, oferecimento de roupas novas e cortes de cabelo. O segundo grupo trata do público feminino que, além de tudo que é feito no primeiro turno, ainda ganham um cantinho da beleza.  Por ano, eles conseguem ajudar, direta e indiretamente, mais de 1 mil pessoas.

Porém, com o surgimento da circulação do novo coronavírus em Belo Horizonte, a dinâmica da organização precisou  mudar. Ele conta  que muitos moradores em situação de rua não sabem o que esta acontecendo.  "Muitos estão perdidos, alguns nem sabem o que esse vírus pode fazer. Estão com medo e se sentido desamparados. Os albergues e abrigos não suportam o numero de pessoas em situação de rua", disse.  


Ele ainda denuncia que os albergues e abrigos estão lotados com grande aglomeração e sem estrutura. "Os próprios moradores não estão querendo ficar dentro dos abrigos, a situação é caótica", completou. Ele contou que nesta semana ocorreu uma suspeita de coronavírus em um dos abrigos, o que desencadeou uma briga que acabou com uma pessoa machucada e levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Desde que começou a pandemia, o grupo se juntou com outros projetos sociais para ajudá-los. "Tem uma frente que esta fazendo açoes de entrega de alimentos e kits de higiene, tem outra equipe que esta captando  doações materiais e financeiras. Centenas de voluntários  - devidamente equipados e orientados por uma equipe de saúde - estão envolvidos e todos os dias estão fazendo algo para amenizar a situação das pessoas que estão em situação de rua", disse.

Eles também rodaram com um carro de som nas ruas avisando a todos da importância de se abrigar e falando sobre o coronavírus.

Entretanto,  só o trabalho voluntário não é suficiente e o grupo afirma que precisa do apoio da prefeitura. "BH precisa urgentemente mais lugares para abrigar aqueles que não tem onde ficar e também para aliviar os lugares que já estão lotados", pontuou. Ele acredita que as medidas anunciadas não são suficientes. 

O outro lado
Mais cedo, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)divulgou ações voltadas para a população em situação de rua. A partir da próxima semana, a adminitração municipal iniciará o serviço temporário para homens e mulheres em situação de rua que apresentem sintomas de gripe e que precisem permanecer em quarentena.

A administração ressaltou que não existem casos identificados na cidade neste público, mas já adotou ações preventivas em parceria com o Sesc, que suspendeu as atividades na unidade Venda Nova e a colocou à disposição do projeto. Inicialmente, o serviço contará com 300 vagas. No acolhimento, pessoas em situação de rua terão atendimentos de higiene pessoal e saúde, além de alimentação. 

 
A grupos que precisam de maior atenção devido ao coronavírus, como os idosos em situação de rua, mas sem sintomas de gripe, o albergue Tia Branca atenderá também durante o dia, com 100 vagas em período integral a partir da próxima semana.

Os usuários terão acesso a quartos, alimentação, banheiros, roupas de cama e banho, produtos de higiene e cuidados pessoais. A prefeitura também anunciou que ampliará a rede da assistência social com uma unidade de acolhimento para mulheres em situação de rua, com mais 50 vagas. 
 
Já neste sábado, a prefeitura passará a distribuir marmitex para a população em situação de rua também aos finais de semana. A PBH ainda planeja a ampliação da distribuição de material de higiene para a população. 


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