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Estado de Minas

Coronavírus: sindicato de motoristas de aplicativo de MG orienta pela recusa de corridas compartilhadas

Em assembleia marcada para às 17h desta segunda, instituição vai decidir sobre parada total das atividades no estado; adesão não é consenso entre motoristas, que temem impacto financeiro


postado em 16/03/2020 09:56 / atualizado em 20/03/2020 19:33

(foto: Nisian Hughes/afp)
(foto: Nisian Hughes/afp)
O temor de contágio e propagação do novo coronavírus, que até o momento infectou cinco pessoas em Minas, fez com que o Sindicato dos Condutores de Veículos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp) orientasse a categoria pela recusa das corridas compartilhadas.

Até o fim da tarde desta segunda (16), a diretriz pode mudar para paralisação total das atividades. A decisão será tomada logo mais, às 17h, em assembleia convocada pelo Sicovapp. “Vamos reunir os líderes dos grupos de WhatsApp de motoristas de app hoje para conversar sobre isso, pois estamos numa posição muito complicada. Carregamos cerca de 40 pessoas por dia. Nosso potencial de disseminação do coronavírus e contágio pela doença é enorme”, avalia Simone Almeida, vice-presidente do Sicovapp.




A própria dirigente, que também atua como motorista, diz que vai parar de rodar a partir de hoje. “Minha mãe tem mais 80 anos e eu convivo muito com ela. Além disso, tenho problemas de saúde e meu marido também. Somos um público muito vulnerável, não podemos nos arriscar. Sabemos, porém, que nem todos os motoristas farão isso, pois o impacto financeiro da parada é grande. A primeira preocupação do sindicato, no entanto, é com a saúde das pessoas, por isso cogitamos a parada”, pondera a líder, que contabiliza 45 mil condutores cadastrados em apps de transporte na capital mineira - 65 mil em todo o estado. 

De acordo com Simone, a Uber e a 99, empresas que oferecem corridas compartilhadas no estado, ainda não se manifestaram sobre a possibilidade de suspensão do serviço. “Por enquanto, o que recebemos foram algumas notificações disparadas via aplicativo, que nos orientam sobre como evitar a disseminação do vírus, além do contágio. Nada mais. A atitude mais responsável, na minha avaliação, seria a interrupção da oferta de corridas compartilhadas, pois juntar muitas pessoas dentro de um carro num momento como esse é arriscado ”, opina. 



O condutor Lucas Cruz, de 24 anos, cadastrado na Uber e na 99, diz que já não atendia às chamadas coletivas por questões de segurança. “Agora é que eu não aceito esse tipo de corrida mesmo!”, afirma. Apesar do receio de trabalhar em tempos de pandemia - sobretudo quando as chamadas vêm de aeroportos e rodoviárias - ele diz que não pretende parar de rodar por enquanto, mesmo que a assembleia convocada hoje pelo Sicovapp decida pela paralisação. “O transporte é minha única fonte de renda no momento e tenho compromissos financeiros vencendo em pouco tempo. Então, tenho que continuar trabalhando. Mas estou atento à pandemia. Se situação piorar, eu paro”.

Já o autônomo Renato Felix, que roda em Divinópolis, Região Centro-Oeste de Minas, onde há um caso confirmado de Covid-19, diz que pretende suspender as atividades caso a assembleia convocada pelo sindicato opte pela parada. “Por enquanto, estou rodando. Apenas evito contato direto com os passageiros e mantenho, quando possível, as janelas abertas. Eu não gostaria de paralisar, pois rodar no aplicativo, no momento, é meu único trabalho. Mas é uma questão de responsabilidade. Se a orientação for pela parada, eu paro”, comenta. 

Uber se pronuncia

Questionada pelo Estado de Minas sobre a possibilidade de suspensão do Uber Juntos, recurso de compartilhamento de corridas, a Uber não se pronunciou. Informou, no entanto, as medidas de prevenção e enfrentamento da pandemia de Covid-19 tomadas globalmente até o momento.

São elas: suspensão temporária de contas de usuários ou parceiros contaminados ou expostos ao coronavírus; ajuda financeira a motoristas e entregadores diagnosticados com COVID-19 durante até 14 dias, enquanto a conta estiver suspensa; auxílio para manter os carros limpos, por meio da disponibilização de desinfetantes -  embora o estoques desses produtos seja muito limitado, como informa a própria Uber; opção de entrega de pedidos do Uber Eats na porta do usuário, sem que ambos tenham contato direto.

99 planeja fundo

A 99 também não se pronunciou sobre possíveis interrupções das das corridas compartilhadas - serviço que a empresa batizou de 99 compartilha. 

Informou, entretanto, que pretende lançar um fundo de no valor de U$ 10 milhões para apoiar os motoristas e entregadores parceiros da empresa que forem diagnosticados com COVID-19 nos mercados onde atuam. 

A iniciativa é fruto de uma parceria com a DiDi Chuxing, líder global em mobilidade urbana que adquiriu a companhi em janeiro de 2018. 

"Ações como bloqueio provisório de motoristas parceiros relacionados ao diagnóstico do coronavírus estão em estudo e serão comunicadas nos próximos dias", disse a nota enviada pela empresa. 


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