Jornal Estado de Minas

Duas casas caem, rio transborda e pontes são destruídas após temporal em Ubá

Imóvel de quatro pavimentos desabou no Bairro Inês Groppo (foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)


O município de Ubá, na Zona da Mata, ainda se recupera da maior enchente registrada na história, como classificou a prefeitura em uma publicação no Facebook. Na noite passada, uma chuva torrencial fez o rio que leva o nome da cidade transbordar, deixando um rastro de destruição. Segundo o Corpo de Bombeiros, nesta quinta-feira ainda há comunidades isoladas e outras cidades atendidas pelos militares também estão com problemas. 



A chuva começou por volta das 19h e às 20h o Rio Ubá transbordou. A área comercial do município foi a mais atingida. Vídeos e fotos de moradores mostram a força da correnteza nas ruas e os estragos:









O tenente Alexandre Lima Fagundes, comandante do 1º Pelotão do Corpo de Bombeiros do município, informou que duas comunidades ficaram isoladas depois que duas pontes foram destruídas. Um delas é o Bairro Fazendinha, onde uma pessoa ficou ferida. “É o presidente do bairro, que estava fazendo um registro fotográfico. A ponte desabou com ele”, explicou o militar. O homem não sofreu lesões graves e foi o único caso dessa natureza registrado na cidade. O Fazendinha também ficou sem energia elétrica.

“Estamos fazendo um levantamento das pessoas que estão lá, gestantes prestes a dar a luz, pessoas que fazem tratamento médico contínuo para avaliar a necessidade de conseguir uma aeronave para transportá-las”, explicou o tenente Lima sobre a situação dos bairros.



Já no início desta manhã, duas casas desabaram. Por sorte, elas já haviam sido interditadas pela Defesa Civil Municipal e pelo Corpo de Bombeiros, e estavam vazias. Foi por volta das 6h30. Na Rua Avelino Otoni, Bairro Triângulo, o imóvel “escorregou” para dentro do Rio Ubá, ficando inclinado sobre a margem. Na Rua João Groppo, no Bairro Inês Groppo, um imóvel de quatro pavimentos foi abaixo, restando apenas escombros. A rua foi interditada.



O número de desabrigados e desalojados ainda não foi fechado. Pela manhã, bombeiros e a equipe da Defesa Civil percorriam as ruas da cidade para avaliar a situação e as condições das famílias. Ainda havia muita lama nas ruas. Por ordem da prefeitura, as aulas nas escolas municipais da zona rural foram suspensas, assim como o atendimento na Policlínica Regional. Estações de captação de água também foram danificadas e o Executivo pede que os moradores economizem o recurso.

Municípios vizinhos


Há previsão de chuva para a região nesta quinta-feira, com volume entre 20 e 30 milímetros. Os bombeiros de Ubá atendem cidades próximas e o tenente Lima deu um panorama da situação nas últimas horas. “Em Rio Pomba, nós atuamos em uma das maiores enchentes dos últimos 14 anos. São oito casas interditadas e sete pessoas desabrigadas”, detalhou. As aulas foram suspensas no município, que teve o abastecimento de água comprometido após danos na estação de captação de água, segundo a prefeitura. “Em Tocantins, uma pessoa se atirou na água, um homem de 71 anos. Foi dado como desaparecido, e depois foi resgatado com vida e sem ferimentos”. Segundo o comandante do Pelotão de Ubá, o homem se “aventurou” a nadar durante a cheia. 





Guarani também está entre os municípios alagados e sem condições de acesso. O tenente Lima alerta que quem vem de Juiz de Fora e precisa acessar Piraúba não consegue passar por lá. Segundo a prefeitura de Guarani, as aulas foram suspensas nas escolas municipais, estaduais, e também não há fornecimento de água. O nível do Rio Pomba, que também passa por Astolfo Dutra e Dona Eusébia, continua subindo. 

Além dos militares de Ubá, bombeiros de Juiz de Fora, Viçosa e Muriaé atuaram como reforços nos municípios. O tenente Lima também faz um alerta para a população das áreas afetadas pelas cheias. “Evitar locais de risco. As casas em situação de risco devem ser evitadas e, se possível deslocar para casa de parentes e amigos até a situação ser avaliada”, pontuou.