Jornal Estado de Minas

Carnaval teve aumento de homicídios, mas redução de outros crimes violentos em MG

O período carnavalesco foi de aumento no registro de homicídios mas redução na criminalidade em Minas Gerais. Em 2020, o estado teve 13 registros de assassinatos a mais durante a folia, passando de 41 em 2019, para 54 ocorrências este ano. No entanto, segundo balanço da Segurança Pública no Carnaval 2020, houve diminuição de 27,6% no total de crimes violentos entre sexta-feira de carnaval e quarta-feira de cinzas, em relação ao ano passado.



“Nós tivemos um carnaval com mais segurança e respeito à lei. A integração das forças de segurança teve como resultado a queda dos crimes violentos com a presença efetiva da polícia na rua”, afirmou o secretário de Justiça e Segurança Pública, general Mário Araújo. 

De acordo com o balanço do Estado, apenas duas cidades tiveram registro de aumento no indicador desses crimes: Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Lavras, Sul de Minas. Ambos municípios tiveram um registro a mais este ano em relação à 2019.

A Região Integrada de Segurança Pública (Risp) 11, com sede em Montes Claros, registrou a maior diminuição dos índices de crimes violentos, com 68%, seguido de Divinópolis, que chegou a 54,6% de redução.



Naturezas criminais dos considerados crimes violentos:

  • Homicídio tentado e consumado
  • Roubo tentado e consumado
  • Furto consumado e tentado
  • Lesão corporal
  • Vias de fato/agressão
  • Crimes sexuais: estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual

Carnaval em Belo Horizonte

Segundo estimativa da Belotur, pelo menos 5 milhões de pessoas ocuparam as ruas de BH. Na capital, a redução do número de crimes violentos foi de 26,4%, com 143 registros a menos (541 na folia passada para 398 neste ano).

Já os roubos diminuíram 23,5%, passando de 468 para 358. Os furtos caíram 10,8%, passando de 2.260 para 2.014. Já os homicídios mantiveram o mesmo número de sete ocorrências nos dois períodos de folia – em 2019 e 2020.

“O que tivemos foi uma redução histórica nos crimes violentos”, sustenta o coronel Giovanne Gomes, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais. “Tivemos muito carnaval no interior e um grande carnaval na capital, isso aumentou o desafio da segurança pública”, ressaltou.



Segundo o policial, todo o efetivo foi colocado nas ruas. “Em outras capitais vimos cenas de arrastões generalizados, em nosso estado não tivemos isso. Quando começava um tumulto, as câmeras e drones já visualizavam e, pelo monitoramento, comunicavam os militares nas ruas”, explicou.

De acordo com o comandante-geral da PMMG, quatro ocorrências de abuso de autoridade durante a folia estão sendo apuradas pela corregedoria da instituição. “Vamos proceder com total transparência, mas nós podemos afirmar que o profissionalismo foi muito grande”, assegura o coronel.

Apreensões dos trios elétricos

O Corpo de Bombeiros informou que realizou 464 encontros para orientar os organizadores e representantes quanto às medidas de segurança dos trios elétricos.



“Os carros que foram apreendidos no pré-carnaval pela Polícia Militar estavam flagrantemente descumprindo as normas. Mais do que isso, mostravam risco para todas as pessoas em razão da forma como foram construídos ou montados”, afirmou Coronel Edgard Estevo, comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Em todo estado foram registradas quatro interdições, de 2.274 blocos e eventos de rua, sendo que destes, 720 foram na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no período de 8 de fevereiro a 1 de março.

Segundo o militar, não foi registrado nenhum acidente com estruturas provisórias durante o Carnaval 2020. “Ano que vem, temos a promessa de um carnaval com mais segurança ainda, com mais protocolos e respeito à lei para que a nossa população possa ter um ambiente mais seguro para brincar e celebrar o momento carnavalesco”, destacou.



Roubo e furto

Nos seis dias considerados como carnaval, Minas acumulou 26,3% de redução nos roubos. Em 2019, foram 1.089 registros. Neste ano, 802 ocorrências. Os furtos diminuíram 15,4%, saindo de 5.930 em 2019, para 5.014 no mesmo período deste ano.

Bloqueio de celular

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o Comando e Controle Móvel (CICC Móvel) recebeu solicitação de bloqueio de 629 celulares roubados ou furtados durante a folia.

Os profissionais utilizaram a Central de Bloqueio de Celulares, que é uma plataforma que faz com que o celular se torne inutilizável em até três horas. Neste ano, o número de bloqueios aumentou sete vezes.

  • 2019 - 88 bloqueios
  • 2020 - 629 bloqueios

Tecnologia aliada

Na capital, houve ainda uso de detectores de metal durante as revistas, em busca de materiais ilícitos. Nove drones da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal foram utilizados para auxiliar no monitoramento do público em Belo Horizonte – no ano passado foram quatro.