(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Barreira para trios elétricos


postado em 18/02/2020 04:00 / atualizado em 17/02/2020 22:56

A apreensão de carros de som pela Polícia Militar preocupa organizadores de blocos de carnaval de Belo Horizonte e pode ameaçar a festa momesca na capital. Há poucos dias da data oficial da folia, dois veículos foram recolhidos no fim de semana pela falta de um documento alterando a categoria de acordo com as adaptações para os desfiles. O mesmo modelo de carro é usado por 90% dos grupos em BH, de acordo com organizadores. Blocos preparam ação civil pública para garantir a folia.

Os blocos alegam que o papel nunca havia sido exigido e que não há mais tempo. No início da tarde de ontem, um deles continuava em um pátio do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). O caso veio à tona por meio de uma nota dos grupos divulgada nas redes sociais. “Nos cortejos do Abre-te Sésamo, Asa de Banana e Me Beija que Sou Pagodeiro, a PM alegou que aquele tipo de veículo não pode transportar a banda”, diz o texto.

A nota explica que esse tipo de veículo, chamado de caminhão-palco, em que a carroceria é adaptada para receber músicos e as caixas de som são posicionadas na frente e atrás, é o formato mais adequado para a maior parte dos blocos em BH. “Os trios elétricos tradicionais, como os utilizados em Salvador, jogam o som para os lados, para atender aos camarotes. Porém, o carnaval de rua de BH não tem camarotes e o público anda na frente e atrás”, detalha a nota.

“Em nenhum momento, órgãos públicos envolvidos exigiram esse tipo de documentação, surpreendendo os blocos já no período carnavalesco”, diz o documento. Somente no caso do Abre-te Sésamo o trio não foi recolhido. Os músicos estavam com wireless e fizeram o cortejo no chão. Já o Asa de Banana teve o carro apreendido após o desfile.

A advogada Laura Diniz Mesquita, representantes dos blocos Daquele Jeito e A Roda, prepara uma ação civil pública para garantir os veículos nos desfiles. “O mais grave da apreensão é que 90% dos blocos usam caminhões no mesmo formato. São caminhões-palco. É um semirreboque em que fazem a alteração colocando uma prancha e criam um palco atrás. A categoria deles foi alterada, mas isso nunca foi uma exigência nem da Belotur, nem da PM, embora seja legal”, afirma Laura, que explicou que, depois do carnaval, as adaptações são desfeitas.

“Está muito difícil lidar com isso às vésperas do carnaval. Só o carro do Pisa é usado por uns oito blocos. A repercussão disso não é pontual”, afirma a produtora do bloco de forró Pisa na Fulô, que sai na terça-feira, Annelisa Santos Lages. “O que aconteceu que, desde setembro participamos de inúmeras reuniões, e só ficamos sabendo disso agora?”, questiona. A exigência também não consta no manu
al dos blocos da Belotur, que lista tudo que os organizadores precisam ter em mãos para os desfiles.
Por meio de nota à imprensa, o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) confirmou a apreensão de dois veículos por transportar pessoas na carroceria. A corporação também ressalta que os trios elétricos precisam passar por vistoria do Detran para emissão de um novo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) alterando a categoria do caminhão para “veículo especial”. A Belotur não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)