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Estado de Minas CARNAVAL 2020

Show de Pabllo Vittar sacode mais de 20 mil foliões. Nos blocos, de curtição em família a homenagem ao cinema.

Carnaval oficial de BH estreia em grande estilo e com a marca da diversidade


postado em 09/02/2020 04:00 / atualizado em 08/02/2020 21:13

É oficial: o carnaval começou em Belo Horizonte. E teve atrações para todos os gostos. Ontem, os belo-horizontinos viveram uma mistura de cultura, diversidade e diversão em família. O bloco Queimando o Filme levou para as ruas de Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, as produções cinematográficas brasileiras. Na Praça da Estação, a cantora Pabllo Vittar subiu no trio e emocionou o público de 20 mil pessoas, muitas delas inspiradas na drag queen. Já no Bairro Renascença, o Bloco Mexiana homenageou Clara Nunes e levou alegria para crianças de todas as idades.

Em momento em que o cinema sofre com cortes de verba e censura, o objetivo do bloco Queimando o Filme foi homenagear a sétima arte produzida no Brasil. O cortejo esteve entre os que marcaram a abertura oficial da programação de carnaval de Belo Horizonte, que segue com os cortejos de cerca de 500 blocos até 1º de março. Os foliões mostraram disposição para os 23 dias de festa que se seguirão.

O bloco escolheu reduto que é um marco na cultura da cidade, na proximidade do Galpão Cine Horto e ontem funcionou o bar Zona Last. As fantasias deram ideia de que os belo-horizontinos devem caprichar para participar dos bloquinhos. Não faltaram personagens do cinema, como Coringa, ou de clássicos de filmes de terror, como o boneco assassino Chuck. Um mar de referências para os cinéfilos.

A empresária Gabriela Rodrigues dos Santos, de 37, empunhou o estandarte com o cartaz do documentário Democracia em vertigem, de Petra Costa, que concorre ao Oscar hoje. “O bloco é uma homenagem ao cinema. Os estandartes trazem filmes brasileiros que consideramos importante serem apresentados”, afirma. Também se transformaram em estandartes os cartazes de Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Marighella, de Wagner Moura, e Ex-pajé, de Luiz Bolognesi. Os cartazes desses filmes brasileiros foram retirados da parede da Agência Nacional do Cinema (Ancine) em Brasília, no final do ano passado. Até o Papa Francisco apareceu por lá. O sacerdote é protagonista do documentário Dois papas, de Fernando Meirelles.

Com a bateria formada também por instrumentos de sopro, os foliões cantaram sucessos da música popular brasileira, como A luz de Tieta, de Caetano Veloso, e desceram até o chão com as versões do funk. A técnica de enfermagem Luciana dos Santos da Silva, de 32 anos, não perdeu o ritmo. “Só está começando. Vou a muitos blocos ainda”, disse ela, que escolheu a fantasia de pirata.

PABLLO VITTAR

O show gratuito da Pabllo Vittar foi marcado por energia e entrega. Em 1h30 de apresentação, a cantora embalou os principais hits que estouraram no início da carreira, como K.O. e Corpo Sensual e os atuais, pedidos em coro pelo público: Parabéns e Amor de que. Para encerrar, Pabllo deixou recado importante para o carnaval: "Amo vocês, bebam água e muito importante: usem camisinha". De acordo com a Code Bar, que organizou o evento, 20 mil pessoas estiveram no local, 5 mil além do esperado. Também se apresentaram o bloco Baianas Ozadas com participação especial da cantora Mari Antunes, vocalista do Babado Novo, além de DJs convidados.

Marcada pelo seu posicionamento, a cantora emocionou os fãs que se inspiram na artista. “Ela foi uma inspiração pra mim quando começou a se montar como drag. Foi através dela que me redescobri como trans”, disse a correspondente bancária Nicky Gody, de 24 anos.

BLOCO MEXIANA

O Bloco Mexiana relembrou os velhos tempos de uma famosa avenida do Bairro Renascença: a Clara Nunes. Com toda sua alegria, charme e descontração o bloco levou música e brincadeira para a comunidade da região. O dono do bloco, Wagner Marques, conta com orgulho que tem o apoio de todos os moradores. “Estamos no terceiro ano. Em 2019, tivemos 4.500 pessoas. Os blocos grandes ganham recursos e os pequenos sofrem um pouquinho. Mas graças aos comerciantes e moradores a gente consegue realizar a festa Cada um ajuda um pouquinho.”

O público é esse: moradores que se juntam para ir e voltar a pé num lugar para beber e dançar com a família. A aposentada Margarida Matos, de 67, foi por causa do sobrinho. “Gosto muito de carnaval, a gente começa a mexer e tudo anima. Lembro do meu tempo e fico feliz”, comemora. “Carnaval é carnaval. Brasileiro é brasileiro”, acrescenta.

As meninas Beatriz, Maria Eduarda, Giovana e Ana Júlia não paravam de brincar no Bloco Mexiana. Quem uniu o quarteto foi Graziela Augusto, de 36. “Esse é um bloco novo, porém muito familiar, onde todo mundo se diverte sem confusão”, disse a secretária, que convidou a mãe de Maria Eduarda, Elaine Célia, de 39. “Neste Carnaval, estamos procurando paz, alegria, mais união e amor entre as pessoas. Depois de tanto estrago nessa chuva, precisamos de alegria”, acrescenta a nutricionista.


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