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Estado de Minas INTOXICAÇÃO POR DIETILENOGLICOL

Governo investiga enterro de possível vítima sem necropsia


postado em 06/02/2020 04:00

Equipe do Ministério da Agricultura chega à sede da Backer para coleta de amostras: órgão sustenta que água usada na produção de cervejas estava contaminada(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press %u2013 14/1/20)
Equipe do Ministério da Agricultura chega à sede da Backer para coleta de amostras: órgão sustenta que água usada na produção de cervejas estava contaminada (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press %u2013 14/1/20)


O corpo de um homem que morreu com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol depois de consumir cerveja da Backer foi enterrado sem ter passado por necropsia no Instituto Médico-Legal (IML). Identificado como José Alves, o paciente estava internado no hospital da rede pública estadual Risoleta Neves, na Região Norte de Belo Horizonte, e morreu no sábado, 1º. O governo informou que está investigando o que levou o hospital a liberar o corpo para o enterro sem passagem pelo IML. A instituição não seguiu procedimento que vinha sendo adotado até agora nas outras cinco mortes de pacientes com suspeita de contaminação pela substância.

A Polícia Civil, responsável pelo IML, confirma a necropsia em cinco corpos, e não quis se pronunciar em relação à possível sexta vítima do dietilenoglicol. Sobre os impactos do enterro de José Alves sem a passagem pelo IML, a corporação informou apenas que "todo o contexto fático, somado aos documentos médicos, podem ser suficientes para chegar a uma conclusão".

O boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado ontem, registra 30 casos suspeitos de intoxicação pelo dietilenoglicol, com seis mortes. Do total de casos, 22 são de moradores da capital mineira e oito da Grande Belo Horizonte e interior.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde disse que o óbito, ocorrido do dia 1º, só foi notificado no dia 3. "O procedimento estabelecido em função da investigação epidemiológica em curso, conforme a legislação em vigor acerca de casos e óbitos provenientes de agravos inusitados, determina que sejam comunicados de forma imediata ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (Cievs)". O texto diz ainda que a secretaria "solicitou esclarecimentos ao Hospital Risoleta Neves, uma vez que o óbito foi notificado ao Cievs apenas em 3 de fevereiro".

CONFRONTO O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a detecção de traços dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol no trocador de placas e no tanque de água fria da fábrica da cervejaria Backer. Na terça, ao contrário do sustentado pelo Mapa, a empresa havia informado que as substâncias químicas não foram encontradas nas amostras de água recolhidas no tanque. A polícia não confirma nem comenta a versão para não atrapalhar as investigações.

Em nota, o Mapa informou que a detecção ocorreu nas análises realizadas nas amostras de água residual do trocador de placas e do tanque de água fria. As amostras foram colhidas em 10 de janeiro pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal/Mapa.

Já a Backer, para sustentar seu posicionamento, encaminhou à imprensa dois laudos que teriam sido produzidos pelo Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Polícia Civil. Os documentos atestam, segundo a Backer, que as substâncias tóxicas foram encontradas em dois locais: em amostra refrigerante coletada no tanque do sistema de refrigeração e em uma bombona de metal. Porém, conforme nota da empresa, o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol podem ser encontrados ali, ou seja, isso não configuraria uma irregularidade.


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