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Estado de Minas

Tensão em casa e no bar


postado em 12/01/2020 04:00 / atualizado em 11/01/2020 21:41

Assustada, a professora Maria Luiza Cardoso, que mora no Buritis, pretende devolver a cerveja comprada em dezembro.
Assustada, a professora Maria Luiza Cardoso, que mora no Buritis, pretende devolver a cerveja comprada em dezembro. "Queremos segurança para nossa saúde" (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

 

Déborah Lima*

 

Um dia após a notificação de mais dois casos suspeitos de intoxicação que provoca síndrome nefroneural em Minas Gerais, o clima foi de tensão e incertezas no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, onde vive boa parte dos pacientes que consumiram a cerveja Belorizontina e foram internados em estado grave. Uma das pessoas morreu e outras nove seguem em tratamento.

 

Nas prateleiras dos supermercados, nada de Belorizontina. A reportagem do Estado de Minas visitou três grandes estabelecimentos comerciais do Buritis e somente um deles ainda ofertava rótulos Backer, fabricante da marca. Em todos eles, funcionários confirmaram que a mercadoria foi retirada na sexta-feira, depois de a Polícia Civil constatar a presença da substância tóxica dietilenoglicol em garrafas de dois lotes da cerveja. A mesma substância já foi constatada em exames de sangue de três dos pacientes internados, segundo dados divulgados pela força-tarefa que investiga o caso.

 

Na casa da professora universitária Maria Luiza Cardoso, a Belorizontina foi deixada de lado com muito pesar. Ela comprou três garrafas em 30 de dezembro e ainda não havia consumido a bebida. Com a insegurança que gira em torno do rótulo, disse ter medo até de encostar na mercadoria. "Como consumidores, isso nos abala profundamente. A Backer sempre foi minha preferência porque é uma cervejaria artesanal de Minas Gerais e que eu conheço", disse. Embora a mercadoria que comprou não faça parte dos lotes em que o produto tóxico foi identificado – outros ainda estão em análise pelas autoridades de saúde e policiais –, ela pretende devolvê-la. “A questão nem é dinheiro, que é menos importante do que a minha vida. Queremos segurança para nossa saúde”, disse.

 

Na sexta-feira, a força-tarefa que investiga o caso orientou consumidores que têm a cerveja Belorizontina em casa a encaminhar as garrafas somente à Vigilância Sanitária de Belo Horizonte, de segunda a sexta-feira (confira endereços nesta página) e, no interior do estado, aos Procons municipais.

 

Alexandre Quiroga chegou a suspender ida a restaurantes e se diz aliviado com a detecção de possível causa da síndrome que levou vizinhos a internação(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Alexandre Quiroga chegou a suspender ida a restaurantes e se diz aliviado com a detecção de possível causa da síndrome que levou vizinhos a internação (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

 

BARES Nas mesas dos bares, consumidores que chegaram cedo tiveram que escolher outros rótulos para apreciar ontem. E enquanto as investigações estão em curso, as perguntas se repetem de bar em bar. “Fica sempre uma discussão, poucas respostas. Todo mundo quer ser detetive e acha alguma coisa”, comentou Lucas Gott. O consultor de vendas foi ao bar com a amiga, que prefere se precaver e não brindar com as artesanais da marca. “Estamos com cautela. Tudo ainda é muito estranho, mas estamos evitando a Backer, qualquer lote, qualquer cerveja deles”, diss

e a fisioterapeuta Ana Alice Souza.

 

Em outra mesa, o representante comercial Alexandre Queiroga conta como a aflição em saber da intoxicação de outros moradores modificou a rotina da vizinhança. “Agora a gente tem comprado outras opções (da cerveja). Estava comendo só em casa, evitando até restaurante, comer fora”, disse o morador do Buritis. “No início tinha uma mobilização no bairro. Agora deu uma amenizada porque encontraram uma possível resposta, né? Ainda não é conclusiva, mas deu uma aliviada”, acrescentou.

 

A bióloga Cristina Grimaldi ainda confia na fábrica mineira e acredita que a marca pode ter sido vítima de sabotagem. “A marca continua sendo uma das melhores. Uma referência”, defendeu. “Pode ter sido criminoso, mas independentemente disso, até se foi acidente, vai ter que ser resolvido”, concluiu.

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho 

 

 

POSTOS DE COLETA

Saiba onde entregar as cervejas da marca Belorizontina que você comprou

 

  • Barreiro: Av. Olinto Meireles, 327 – Barreiro
  • Centro-Sul: Av. Augusto de Lima, 30 - 14º andar – Centro
  • Leste: Rua Salinas, 1.447 – Santa Tereza
  • Nordeste: Rua Queluzita, 45 – Bairro São Paulo
  • Noroeste: Rua Peçanha, 144, 5º andar – Carlos Prates
  • Norte: Rua Pastor Murilo Cassete, 85 – São Bernardo
  • Oeste: Av. Silva Lobo, 1.280, 5º andar – Nova Granada
  • Pampulha: Av. Antônio Carlos, 7.596 – São Luiz
  • Venda Nova: Av. Vilarinho, 1.300 – 2º Piso – Parque São Pedro 

 


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