Jornal Estado de Minas

INTOXICAÇÃO

Um dia após intervenção do Governo Federal, movimento na Cervejaria Backer segue normal

Na manhã deste sábado, o movimento na Cervejaria Backer, no Bairro Olhos D’Água, Região Oeste de Belo Horizonte, é “como o cotidiano”, segundo a vizinhança. Nessa sexta-feira, como medida cautelar, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento interditou a fábrica, sob risco iminente à saúde pública. A empresa é a produtora da cerveja Belorizontina, que tem lotes investigados pela Polícia Civil por intoxicação.


 
Nesta manhã, um caminhão estacionou na porta para transportar mercadorias ao interior do complexo. Dois técnicos operavam a parte industrial, e uma auxiliar de limpeza usava uma mangueira para limpar a área de restaurantes, que funcionou nessa sexta-feira durante toda a noite e madrugada deste sábado.
 
Um laudo da Polícia Civil, divulgado na última quinta-feira, atestou positivo para dietilenoglicol em dois lotes (L1 1348 e L2 1348) da Belorizontina. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a substância é um solvente orgânico altamente tóxico. Ela pode causar insuficiência renal e hepática, podendo matar quando ingerido.
 
Até essa sexta-feira, dez pessoas foram internadas em Minas Gerais com quadro de insuficiência renal e problemas neurológicos, possivelmente provocados pela ingestão da bebida no Bairro Buritis, também na Região Oeste de BH. Uma delas morreu na última terça-feira.
 
A suspeita é de que essa vítima, Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, bebeu a cerveja Belorizontina durante a festa de Natal de 2019, no Buritis. O genro de Paschoal, Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37 anos, também esteve na festividade e é um dos internados com os mesmos sintomas. Até o laudo da polícia, o caso era tratado como alguma doença misteriosa.