Jornal Estado de Minas

SAÚDE PÚBLICA

Projeto promete criar novas vagas e desafogar o atendimento na Santa Casa de Montes Claros


A parceria com a iniciativa privada é a alternativa encontrada pela Santa Casa de Montes Claros, o maior hospital do Norte de Minas, para ampliar sua estrutura de atendimento. A instituição anunciou o projeto para a construção de duas torres, que serão interligadas. Uma  delas será um edifício de 30 andares, com salas clínicas que serão vendidas para médicos. O dinheiro da comercialização das salas será aplicado na construção de um prédio assistencial do hospital, com 15 andares, que terá também um heliponto.





As duas edificações serão construídas em terrenos anexos ao hospital, no Centro de Montes Claros. O  projeto está orçado em R$ 220 milhões. O prédio de clínicas médicas será erguido pela Construtora PHV, de Belo Horizonte; a comercialização dos espaços será feita pela Sicoob Credicom,  cooperativa de crédito da área de saúde, também sediada na capital. O contrato foi assinado pelo provedor do hospital, José Gilson Caldeira,  pelo presidente da Construtora PHV, Paulo Henrique Vasconcelos, e pelo diretor comercial da Credicom, Josemar de Almeida Moura.

Segundo Paulo Henrique Vasconcelos, a previsão é de que as obras físicas sejam concluídas em dois anos depois de iniciadas. A meta do hospital é que as duas torres estejam prontas dentro de três anos.

Instituição filantrópica, vinculada à Igreja Católica (Irmandade Nossa Senhora das Mercês), a Santa Casa de Montes Claros, conta hoje com 405 leitos.  De acordo com o superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio Souza e Silva, 80% do atendimento da instituição é voltado para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).





Maurício Silva diz que, com a nova estrutura, o hospital terá sua capacidade ampliada para 550 leitos. Segundo ele, os leitos do futuro prédio de 15 andares serão destinados  a pacientes particulares e de convênios. Mas ele nega que isso signifique “privatização do hospital” ou a prioridade do atendimento particular em detrimento da assistência para a clientela do SUS. “Cerca de 80% do nosso atendimento é voltado para o SUS. Porém, existe um déficit em relação a esse atendimento que precisamos suprir. Para isso, vamos aumentar nossa capacidade de atendimento SUS, uma vez que conseguiremos converter esse resultado num complemento em relação ao déficit que temos hoje no SUS”, explica. “A crise na saúde do país como um todo atinge várias unidades de saúde. Dessa forma, não podemos ficar esperando soluções apenas do poder público, precisamos fazer nossa parte”, acrescenta.

MELHOR ATENDIMENTO O superintendente salienta que a entrada em funcionamento de uma nova ala vai desafogar e melhorar o fluxo de atendimento em todo o hospital. “Hoje, temos quartos com três ou até quatro leitos. Com a construção do novo prédio, teremos quartos com dois ou três leitos, no máximo”, relatou.

De acordo com o projeto apresentado à imprensa, a construção do prédio de 15 andares, a instituiçao contará com  mais 90 apartamentos (do quinto ao nono andares),  uma área destinada às internações hospital/dia, com 24 leitos. 





São acomodações voltadas para pacientes que realizam pequenas cirurgias e outros procedimentos que necessitam permanecer internados por um dia.  O prédio ainda terá um Centro de Tratamento Intensivo (CTI), com 10 leitos, centro cirúrgico (nove salas) e setor de imagens e outros serviços.

Já o “edifício médico” de 31 andares terá consultórios e clínicas destinados aos profissionais de diferentes especialidades, somando 522 salas. O prédio será dotado de estacionamento e lojas. 

Os espaços serão comercializados para os médicos, no valor de médio de R$ 7,5 mil o metro quadrado. A prioridade para a compra será dos profissionais da Santa Casa, que, atualmente, conta com cerca de 500 médicos.
 






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