Jornal Estado de Minas

Fórum de BH vai julgar seis casos de violência contra mulheres nesta semana



Seis casos de crimes cometidos contra mulheres serão julgados nesta semana nos Tribunais do Júri de Belo Horizonte. As sessões serão realizadas entre esta segunda-feira - quando é celebrado o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres – e sexta, dia 29. Os casos foram selecionados com prioridade para a 15ª Semana da Justiça pela Paz em Casa



O primeiro júri começou às 9h desta segunda-feira, no 1º Tribunal. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Marcelo de Castro Ricoy é acusado de tentar matar a ex-companheira a facadas em abril de 2016, quando ela saía para o trabalho. A denúncia da conta que o crime foi cometido porque ele não aceitava o fim do relacionamento. 

Amanhã, será a vez de Wilian Domingos da Silva se sentar no banco dos réus por tentar matar a ex-companheira por envenenamento na tarde do Natal de 2008. Uma sobrinha da vítima avisou sobre o veneno, impedindo que o crime fosse consumado. No mesmo dia, às 13h, o 1º Tribunal do Júri vai realizar o julgamento de JCA, acusado de tentar matar a companheira a facadas em julho de 2016, apenas três meses depois de ela dar a luz à filha do casal. Consta que a mulher era vítima de agressões constantes. 

Na quarta-feira, a partir das 8h30, a Justiça mineira leva ao banco dos réus Maurício Martins de Paula, acusado de matar a companheira em dezembro de 2009 durante uma discussão em que a vítima reclamava das agressões que sofria. A denúncia contra ele foi recebida em setembro de 2010, mas ele estava foragido, tendo sido preso e respondido posteriormente ao processo após 2012. Ele chegou a ser impronunciado, mas o TJMG atendeu a um recurso do Ministério Público e reformou a decisão, determinando que ele seja julgado pelo Tribunal.



Na mesma manhã, Júlio César Dornelas Felisberto, acusado de tentar matar a ex-esposa, também será julgado no 3º Tribunal do Júri. Segundo a Justiça, a denúncia afirma que ele foi casado com a vítima por cinco anos e, em 13 de julho deste ano, foi à casa dela e a atacou a facadas por se recusar a emprestar uma caixa de som para ele. 

Na tarde de quarta-feira, será julgado um homem identificado pelo TJMG apenas pelas iniciais N.R.L.A. Ele é acusado de tentar matar a ex-companheira com golpes de canivete em setembro do ano passado após ela decidir terminar o relacionamento.

O último julgamento está marcado para sexta-feira, presidido pela juíza Soraya Brasileiro Teixeira, com a presença da juíza Marixa Fabiana Rodrigues, Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (COMSIV – TJMG). Marixa foi juíza do caso Bruno. 



Na ocasião, será julgado Zaquel Hélio Antoniassi, acusado de matar a ex-companheira e os dois filhos dela, de 5 e 15 anos. O crime ocorreu em 21 de abril do ano passado no Bairro Pindorama, Região Noroeste da capital. Zaquel esfaqueou a mulher após uma discussão. O filho mais velho da vítima tentou intervir e também foi ferido. Já a caçula foi morta porque acordou e presenciou os assassinatos. Em seguida, o homem ateou fogo nos corpos das vítimas. 

Quem Ama Não Mata


Segundo o TJMG, para encerrar as atividades, será realizado o primeiro seminário Justiça seja Feita, parceria entre o Tribunal e o movimento “Quem Ama Não Mata”, que nasceu na década de 1980 e chegou a inspirar uma minissérie na TV. “Há um ano, em novembro de 2018, o ato que marcou o início do movimento em agosto de 1980, foi reeditado nas escadarias da Igreja São José, centro de BH, e marcou o retorno do grupo Quem Ama Não Mata, composto por mulheres que iniciaram o movimento naquela época, e que, devido ao aumento dos casos de violência nos últimos anos, decidiram reinaugurar o movimento”, informou o TJMG. Clique aqui para conferir a programação completa da 15ª Semana da Justiça pela Paz em Casa.