Jornal Estado de Minas

Atingidos por barragens fecham linha férrea durante protesto por Brumadinho



Manifestantes fecharam um trecho de linha férrea na altura de Mário Campos, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o grupo, participam do protesto pessoas afetadas pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. 

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Amanhã, o desastre completa 300 dias. Até o momento, 254 vítimas foram identificadas. Outras 16 pessoas continuam desaparecidas. 

Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), os manifestantes exigem que as buscas pelos desparecidos continuem, uma reunião com o alto escalão da empresa, e que os executivos participem das audiências sobre auxílio emergencial e contratação de assessorias técnicas e continuidade do auxílio emergencial aos atingidos. 

O MAB afirma que, pela manhã, pelo menos 120 pessoas estavam no local, entre eles moradores de municípios da bacia do Rio Paraopeba, como Brumadinho, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Juatuba, e também de Barra Longa e Mariana, que em 2015 tiveram comunidades atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, da Samarco, que deixou 19 mortos. Eles prometem ficar na linha férrea até que as reivindicações sejam atendidas. 

Nas redes sociais, o movimento informou que a linha paralisada hoje pertence à Vale, mas a mineradora nega. Por meio de nota, a empresa informou que “não possui linha de trem que circule na cidade ou próximo à localidade de Mário Campos”. Conforme a assessoria de imprensa, a mineradora já usou a via no passado, mas os trens não passam por lá há algum tempo. Dessa forma, os serviços não foram afetados, conforme a Vale. 

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“A empresa repudia qualquer manifestação que viole direitos. Além disso, destaca que realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos pelo rompimento da barragem B1, em Brumadinho, visando uma reparação célere e respeitosa”, afirmou a mineradora, por meio de nota. 

Também por meio de nota, a MRS Logística, responsável pela linha férrea, se posicionou sobre o caso. Leia na íntegra:

“Entendemos o pleito dos manifestantes, mas repudiamos qualquer manifestação que interfira no direito de terceiros. A ferrovia em questão não é operada pela Vale, mas sim pela MRS Logística que atende, além da mineradora, a mais de 200 clientes de vários segmentos.

Ressaltamos que a presença de pessoas na faixa de domínio da ferrovia é proibida e extremamente perigosa.  Temos, neste momento, equipes em campo para garantirmos a segurança das pessoas e da operação ferroviária.”