A pequena Nicole Rodrigues Florentino, de 11 anos, aluna do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal José Maria Alkmim (EMJMA), localizada na região de Venda Nova, é uma das finalistas na categoria Poema da 6ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
Com o tema “O lugar onde vivo”, as cinco categorias do concurso - Poema, Memórias Literárias, Crônica, Documentário e Artigo de Opinião - atingiram mais 170 mil inscrições em todo país.
Nicole se inspirou em Minas Gerais, falando da beleza, dos traços e acontecimentos marcantes do estado. Em seu poema intitulado “Da janela de Minas”, ela fala tanto de coisas boas e dos aspectos positivos do lugar onde vive quanto dos aspectos negativos, fazendo uma crítica social.
Durante o processo, Terezinha Lima da Silva, professora da menina, desenvolveu oficinas com os alunos e fez um acompanhamento extraclasse com Nicole, trabalhando a estrutura do seu poema e aperfeiçoamento do texto.
As duas viajaram para São Paulo onde participaram de atividades culturais e formativas proporcionadas aos finalistas da competição. Além disso, receberam nesta quarta-feira (6) a medalha de prata durante cerimônia de premiação que escolheu os finalistas da categoria Poema.
No próximo dia 28, em Brasília, serão anunciados os 28 vencedores do concurso. A premiação acontecerá no dia 9 de dezembro. Os 173 participantes selecionados para reta final do concurso concorrem a viagens culturais, enquanto os professores vencedores terão direito a uma imersão pedagógica internacional. *Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira
Da janela de Minas
Nicole Rodrigues
Da janela de minha casa,
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Da janela de minha casa,
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Da janela de minha casa,
Vejo um delicioso feijão-tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Da janela de minha casa,
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Da janela de minha casa,
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Da janela de minha casa,
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Da janela de minha casa,
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Da janela de minha casa,
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Da janela de minha casa,
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Da janela da minha casa,
Vejo quase tudo...
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.