Jornal Estado de Minas

Vai fazer Enem? Confira dicas de última hora de educadores para encarar a missão

- Foto: Paulinho Miranda/Arte EM/D.A Press
Na véspera do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que amanhã mobiliza 5,1 milhões de estudantes do país inteiro em 10.133 locais de provas de 1.727 cidades, todo mundo quer ter bola de cristal para adivinhar o que vai cair na prova que dá acesso a 63 universidades públicas do Brasil. O Estado de Minas conversou com professores e traz o panorama dos conteúdos que devem aparecer na avaliação de ciências humanas, que engloba as áreas de história, geografia, sociologia e filosofia.

Nesse domingo, os candidatos inscritos testam também seus conhecimentos em linguagens e redação. Neste momento, avaliam especialistas, tranquilidade é o grande segredo para um bom resultado (veja arte).

Passado esta primeira bateria de provas, na semana que vem professores do curso Chromos esclarecem, ao vivo, no estúdio do jornal e do Portal Uai, questões de matemática e ciências da natureza, temas da prova do domingo, dia 10. O bate-papo será transmitido pelas redes sociais do EM.
 
Na área de história, o professor Rodrigo Martelli ressalta que o Enem, tradicionalmente, cobra muito o período do Brasil República, em especial a Era Vargas, a Primeira República, também conhecida como República Velha, além da ditadura militar. É importante também revisar o Segundo Reinado, Brasil Colônia, além de questões que envolvem o patrimônio e diversidade cultural no Brasil. “Não se acham na prova do Enem questões de política e economia do Lula, do Fernando Henrique, do Itamar Franco. Da Nova República de Sarney para frente, o que mais foi cobrado foi o impeachment do Collor e a década perdida, no governo do Sarney”, afirma Martelli.
 
Na prova de geografia, os temas têm diversidade do tamanho do mundo, mas a dica é ficar de olho em temas como produção agrícola e globalização.
“É interessante olhar para as contradições entre a produção global e os aspectos locais”, destaca o professor Gustavo Ribas. Meio ambiente também não fica de fora da prova de geografia, com a abordagem de temas como desmatamento, aquecimento global e a questão da água. “A impermeabilização do solo urbano é muito recorrente na prova do Enem e também a quantidade e qualidade da água”, diz.
 
Em termos de atualidades, uma aposta do professor são questões sobre os muros, como a barreira entre os Estados Unidos e o México. “A política externa do governo de Donald Trump, tanto no que se refere à China, mas também o México”, afirma. O professor de história acrescenta que a temática se relaciona também ao Muro de Berlim, derrubado em 1989. “Havia uma expectativa de que após o Muro de Berlim, os muros de segregação iriam acabar, mas temos vários deles hoje no mundo”, afirma Martelli.

FILOSOFIA Ética e política são dois assuntos mais recorrentes da prova de filosofia e sociologia, de acordo com o professor Bruno Peterson. “Dentro da ética, há a teoria das virtudes, que pode ser aplicada no período grego, medieval. A ética do poder, que vai ser aplicada no período moderno.
A política sempre deve ser vista do ponto de vistas das teorias clássicas”, diz. E o Enem costuma não deixar de fora pensadores como Aristóteles, Kant, Maquiavel e Émile Durkheim, alerta.
 
Entre os teóricos da democracia, Peterson aposta em Jürgen Habermas e Hannah Arendt, cujos estudos conversam diretamente com fatos da atualidade. “Eles pensam em um cenário pós-guerra mundial e vai até o começo do século 21, embora Habermas ainda esteja escrevendo sobre temas atuais”, afirma Peterson. Porém, mesmo com tantos conteúdos e autores, o candidato não precisa se apavorar e tentar decorar. “Se o aluno conseguir entender as características dos grandes períodos de reflexão, os autores antigos, medievais, modernos e contemporâneos, isso vai ajudá-lo a ter a visão dos autores específicos depois”, ressalta.

CONTAGEM REGRESSIVA E nesta reta final, qual a melhor decisão: descansar ou fazer revisão? Depende de cada um, avalia o coordenador pedagógico do Colégio Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, Ronaldo Sérgio Campos, o Kafunga. “O ideal é descansar de agora para a frente, mas tem aluno que fica mais tranquilo se estudar. Só não pode estudar de madrugada, senão, dorme na hora da prova”, aconselha o educador. “Sou contra receita de prova, porque cada pessoa é diferente da outra.”
 
Pelo mesmo motivo, ele crê que não há um momento específico para um dos mais temidos desafios.
“Tem gente que fala para fazer a redação primeiro, no meio, no final. O melhor momento, cada candidato decide. O que é bom para um pode não ser para outro”, ressalta o professor. No primeiro dia, a interpretação de texto domina, mesmo nas questões de língua estrangeira.

Depois de uma semana de atividades especiais no colégio, o estudante Arthur Henrique de Moura Soares,de 18 anos, do 3º ano do ensino médio, é do time que pensa que agora não é hora mais de fazer muito exercício, sendo necessário desacelerar para não ficar afobado amanhã. “Estou me sentindo muito seguro, apesar da pressão para tirar uma boa nota. Vou fazer a minha parte e dar o meu melhor”, planeja ele, que quer cursar medicina. Com o 3º ano garantido, os últimos dias foram de foco total no Enem. “É uma prova grande e cansativa. É preciso estratégia para administrar o tempo e pôr no papel tudo o que treinamos ao longo do ano.”

Não perca, nos dois domingos, gabarito extraoficial das provas do Enem 2019, parceria Chromos/Portal Uai.


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