Jornal Estado de Minas

Identificado corpo encontrado após oito meses de buscas em Brumadinho



Foi identificado pela Polícia Civil o corpo da 250ª vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os restos mortais de Luciano de Almeida Rocha, 39 anos, foram localizados nesse fim de semana, oito meses depois do desastre. 

Por meio de nota, a instituição informou que bombeiros encontraram o corpo por volta das 10h de domingo. Os trabalhos de identificação começaram às 12h30 e terminaram às 21h40. O corpo foi liberado para a família nesta manhã. A polícia informou que vai dar mais detalhes do caso em uma coletiva na tarde desta segunda-feira (30). 

Luciano trabalhava em diversas minas na área de geologia. O cunhado dele, André Luiz Santos, também morreu no rompimento da barragem de rejeitos. Ainda em janeiro, a mãe e o pai de Luciano revelavam a angústia da espera pela localização do filho.
 

 
 
Vinte pessoas continuam desaparecidas. As buscas entraram em seu 249° dia.
São 148 militares do Corpo de Bombeiros atuando em meio aos rejeitos de mineração que se deslocaram da barragem. Nesse momento, eles contam com a ajuda de dois cães e de máquinas pesadas. As ações ocorrem em 22 frentes.

O corpo encontrado está praticamente intacto, o que é possível por causa de um fenômeno chamado saponificação. Ele ocorre quando existe uma grande concentração de minério, com baixa presença de oxigênio no solo e temperatura baixa, favorecendo a conservação dos restos mortais. 

O último corpo havia sendo encontrado em 30 de agosto. A vítima foi identificada como João Paulo Ferreira Amorim Valadão, que portava ainda um crachá. Ele estava em uma área conhecida como “frente remanso esquerdo 1” e foi localizado depois que os bombeiros mudaram de estratégia durante as buscas e passaram a escavar numa profundidade de três metros, em vez de dois.

A Polícia Federal (PF) indiciou sete funcionários da Vale e outros seis da Tüv Süd por falsidade ideológica e falsificação de documentos previstos na Lei de Crimes Ambientais, por causa do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. Como o Estado de Minas mostrou na edição de 21 de setembro, a Tüv Süd, uma das principais certificadoras do mundo, ignorou normas, alterou relatórios e distorceu informações repassadas a órgãos públicos de fiscalização e investigação para abocanhar essa fatia de mercado junto de uma das gigantes da mineração.
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