Jornal Estado de Minas

Por causa de funk, viagem por aplicativo termina com motorista no hospital



Um motorista que trabalha por aplicativo ficou ferido durante uma viagem nesse sábado na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Segundo ele, os passageiros o agrediram por causa de uma música que estava tocando no rádio.

Segundo relato do motorista à Polícia Militar, Denis José Vicente Duarte, de 31 anos, recebeu a solicitação da viagem por uma jovem, na Avenida Presidente Antônio Carlos, com destino ao Bairro Ipiranga, Região Nordeste. Ela e dois homens, seu pai e irmão, entraram no carro. O pai, de 50, ouviu uma música funk e pediu que o condutor mudasse a rádio. O motorista afirmou que o som não vinha do seu carro, mas mesmo assim trocou a estação. 

De acordo com o que Denis contou aos militares, ele percebeu que os dois passageiros ficaram nervosos e conduziu seu carro em direção ao Centro de Preparação de Oficiais de Reserva (CPOR) na Região da Pampulha, que estava por perto. 

As agressões, segundo o relato à corporação, começaram naquele momento. O irmão da jovem, de 27, puxou o freio de mão do veículo enquanto que o pai atacava o motorista com um ‘mata-leão’. Além do enforcamento, o motorista contou que recebeu socos nas costas dados pelo homem mais jovem. A cliente pediu ao pai que as agressões parassem porque acabariam matando o motorista. Os ataques terminaram quando os militares do Exército intervieram.  

Na versão apresentada pelo pai à PM, a filha pediu a corrida por app, mas quando o grupo entrou no veículo ele ouviu um funk e se sentiu incomodado devido à presença da filha.
O homem disse que pediu ao motorista que mudasse a rádio e ele lhe respondeu que não era seu empregado e  que, caso não estivesse contente, poderia descer do carro. 

O motorista, segundo o pai da jovem, conduziu o carro para perto do CPOR, "levou a mão" ao rosto do filho e "fez menção" de pegar algo no lado esquerdo do carro. Para que o grupo pudesse sair do veículo, contou o pai, seu filho teria puxado o freio de mão e o motorista batido a cabeça no pára-brisas, o que seria a causa dos ferimentos dele. O homem ressaltou que sentia cheiro de álcool vindo do motorista.

A PM fez exame de bafômetro e não foi constatado nenhum teor de álcool até por causa da quantidade de sangue que havia na sua boca do condutor. O Corpo de Bombeiros também foi acionado e encaminhou o motorista ao Hospital João XXIII com escoriações pelo corpo e ferimentos no tórax e coluna. Ele foi atendido e liberado.

Ninguém foi preso e o caso foi encerrado no Centro de Flagrantes (Ceflan) 4. 
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho
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