Jornal Estado de Minas

Jovem acusa Cazares de estupro e lesão corporal; jogador será ouvido

Mulheres que acusam o jogador deixaram a delegacia de Vespasiano na noite desta segunda - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

 

O jogador Juani Cazares, meia do Atlético, foi acusado de estupro por uma das mulheres ouvidas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (9). Ela passou por exame de corpo de delito, mas a conjunção carnal foi descartada, segundo a corporação.


Além do estupro, a jovem acusa o atleta de lesão corporal. Essa acusação também paira sobre amigos do jogador, que ainda vão prestar depoimento à polícia.


Segundo a Polícia Civil, ninguém será preso nesta segunda, pois não há elementos suficientes para isso. A delegacia de Lagoa Santa dará continuidade às investigações nos próximos dias.

 

Já foram ouvidos, além das duas mulheres que acusam o jogador: um primo do Cazares, dois amigos e uma amiga dele. O teor dos depoimentos não foi divulgado pela corporação.

 

O equatoriano é o último a ser ouvido. Depoimento começou por volta das 21h e a duração depende exclusivamente  quantidade de informações repassadas pelo meio-campista à polícia.

 

 

De acordo com a polícia, Cazares se encontrou com as duas mulheres no domingo, pela primeira vez. As jovens relatam que conheceram o jogador pelo Instagram e, posteriormente, pelo WhatsApp.

A partir dessa última plataforma, as partes combinaram uma "resenha" na casa do meia. 

 

"É um caso emblemático e extremamente complexo, que envolve várias pessoas. Nós estamos adotando as primeiras providências, coletando depoimento de vítimas e testemunhas, bem como angariando provas subjetivos, como laudos médicos", explicou o delegado responsável pelas investigações.

 

Segundo ele, gravações feitas por câmeras do condomínio serão anexadas ao processo. Esses vídeos, que podem elucidar o caso, no entanto, ainda não estão em posse do delegado. 

 
O caso 


A PM foi chamada por volta das 6h30 desta segunda-feira ao Condomínio Boulevard. No domingo, Cazares atuou na partida contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, que terminou em 2 a 1 para o time carioca.


Já em casa, ele recebeu um grupo de pessoas para uma festa. Entre as convidadas estavam uma modelo de 20 anos e uma empresária de 24, que ele disse serem “amigas de amigos”.


“Ele afirma que duas mulheres convidadas da festa entravam no banheiro e demoravam muito tempo. Isso gerou desconfiança da parte dele”, explica o tenente Tiago Nasser, da Polícia Militar.


“Ele pediu que outra convidada verificasse o que estava acontecendo e ela viu que estavam fazendo uso de entorpecente, loló. Quando ele ficou sabendo disso, disse que não queria uso de drogas na residência dele e mandou que elas saíssem”, completa o militar.


As mulheres estavam reticentes para sair da residência e outros convidados entraram na discussão. Segundo o policial, antes de sair elas alegaram que alguns pertences delas tinham sido extraviados, como maquiagem e outros itens de uso pessoal.


Isso também gerou discussão com outra pessoa. Começou um atrito verbal, um empurra-empurra. Elas alegam que essa convidada e mais dois rapazes as teriam agredido, empurrado, e alegam que o jogador também teria participado dessa agressão.


Cazares nega veementemente que isso tenha acontecido. “Ele afirma que elas teriam solicitado a quantia de R$ 10 mil para que o assunto não fosse adiante.

Já elas afirmam que ele teria oferecido”.


Ainda segundo a polícia, a modelo admitiu o uso de loló na festa. A empresária nega. Elas apresentavam arranhões pelo corpo, sem lesões mais graves.


A casa do jogador fica em um condomínio fechado e elas chamaram a polícia em uma das ruas da propriedade. Cazares também foi localizado no condomínio. Ele não apresentava sinais de embriaguez.


No fim da manhã, o Atlético informou que no momento não vai se posicionar e aguarda a apuração dos fatos.

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