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Estado de Minas GASTRONOMIA

Tiradentes destaca pequenos produtores


postado em 25/08/2019 04:00 / atualizado em 25/08/2019 07:36

 

 

Tiradentes – Cada vez mais, importa saber de onde vem o que se come. Nesta edição do Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes, que começou ontem e segue até o próximo fim de semana, com o tema Da origem ao prato, os produtores do Campo das Vertentes ganharam visibilidade. O público tem a oportunidade de conhecer quem fornece ingredientes na região, de queijo a massas, que chegam aos pratos pela da criatividade dos chefs. Segundo o diretor-geral do evento, Rodrigo Ferraz, uma das missões do festival é justamente despertar a curiosidade do público para tudo o que está envolvido antes de a comida chegar à mesa. “A maioria das pessoas não tem noção do que está por trás de um prato, não falo só de questões econômicas, mas também culturais, as histórias”, explica. Dessa forma, as pessoas acabam valorizando mais os pequenos produtores.

Morador de Lima Duarte, na Zona da Mata, Arnaldo Valentim considera a participação no Festival de Tiradentes importante para dar visibilidade à sua produção de carne de cordeiro. “A nossa região é muito conhecida por Ibitipoca, mas tem muito mais para apresentar”, comenta o aposentado carioca, que administra o Sítio Urucum ao lado da esposa, Terezinha Valentim. É ela quem prepara artesanalmente as receitas de linguiça, hambúrguer e carne moída.

Segundo Arnaldo, o mercado de carne de cordeiro ainda tem muito para crescer no Brasil, pois 60% do que se consome no país vem de fora. O casal mantém as portas do sítio abertas para receber interessados na criação de ovinos. “Acreditamos que a nossa união contribui para o desenvolvimento de toda a região”, diz Terezinha, que surpreendeu o público ao mostrar cortes macios e sem cheiro forte.

De Barbacena foi levado ao festival o queijo de cabra que ganhou medalha de ouro no mundial da França. Coberto com carvão vegetal, ele desenvolve uma casca com mofo branco. “Ainda existe uma certa discriminação em relação ao queijo de cabra, primeiro vem o de vaca, então estar aqui nos ajuda a apurar o paladar das pessoas”, diz o engenheiro de computação Edson Cardoso, que administra uma fila de encomendas no Rancho das Vertentes.

Quebrando o preconceito, o produtor espera ver o consumo de queijo de cabra aumentar no país. Hoje a quantidade não passa de 500g per capita, sendo que na França esse número chega a 9kg. Por enquanto, Edson consegue oferecer ao mercado 10 quilos por dia, mas enxerga a necessidade de aumentar a produção, desde que seja de forma sustentável. “Optei por atuar em toda a cadeia, desde a criação da cabra até a entrega, para ter um produto de qualidade.”

INCENTIVO AOS VIZINHOS Ao trocar a vida de advogado por de produtor rural em Resende Costa, Cláudio Ruas assumiu a missão de resgatar a receita tradicional de queijo minas artesanal da cidade da Região Central, que se perdeu ao longo dos anos. “Lá existem muitos produtores de queijo, mas eles não usam pingo nem maturam o queijo, vendem tudo fresco”, observa o expositor, que espera incentivar os vizinhos a fabricar um produto com mais valor agregado.

Com a marca Casal Gastrô, Cláudio e a sua esposa, a enóloga Amana Castelo Branco, fabricam outros produtos aproveitando a sazonalidade dos ingredientes. Eles plantam, colhem e defumam, por exemplo, a pimenta dedo-de-moça que será defumada para virar molho. “Estar aqui é o reconhecimento de um trabalho muito duro como produtor rural. Se não conseguimos nos aproximar do público, nada disso faz sentido”, aponta Cláudio.

De família italiana, Filó Tarôco ficou conhecida pelas massas artesanais que produz e serve em seu restaurante, na zona rural de São João del-Rei. Misturando Minas com Itália, ela cria receitas como o rondele de frango com ora-pro-nóbis, que cozinhou ao vivo na praça. Pela terceira vez em Tiradentes, a expositora aproveita a oportunidade para divulgar mais o seu trabalho. “A cada ano, fico mais conhecida e tenho mais vontade de criar receitas. Também ajudo a fortalecer a região como um todo”, conta.


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