Jornal Estado de Minas

Polícia prende jovem suspeito de matar ex e agredir próprio filho ainda bebê em BH

Gleisson Fábio de Souza Pereira se apresentou à polícia nesta quarta e confessou ter matado a ex-namorada com uma facada - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

 

Mais um caso de feminicídio protagoniza a destruição de uma família em Belo Horizonte. Dessa vez, o fato aconteceu no Bairro Mantiqueira, na Região de Venda Nova, na última sexta-feira (16), quando Gleisson Fábio de Souza Pereira, de 26 anos, matou Luana Cristina da Silva Rosa, de 19, a facadas. A vítima é ex-namorada do autor e tinha uma medida protetiva contra ele.

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Gleisson bateu na casa da vítima, na Rua Jovino Rodrigues Pêgo, no Mantiqueira, alegando que gostaria de ver o filho de 1 ano. Ele, no entanto, exigia que Luana também fosse vê-lo.

A mãe de Luana, Joelma Silva, e as irmãs dela a alertaram do risco e pediram para que ela não fosse. Ainda assim, a vítima foi de encontro ao seu algoz, que lhe deu uma única facada, de acordo com a corporação.


“Eu falei assim: 'Luana, não vai não!'. Mesmo assim ela foi. El tirou uma faca de uma bolsa preta e deu uma só (facada) nela.
Eu pulei nele para tentar segurá-lo, mas ele me deu um golpe aqui (no abdômen) e um soco no nariz”, relata Joelma Silva, a mãe de Luana Cristina da Silva Rosa.


Ela chegou a ser socorrida à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Venda Nova, na Rua Padre Pedro Pinto, mas não resistiu ao ferimento.

Depois de ferir a ex, Gleisson ainda deu um soco no rosto da ex-sogra e uma facada nela. Esse último ataque rendeu, ainda, um corte no pé do filho do ex-casal.

Terror 


Os dizeres de Gleisson após cometer o crime aterrorizam a irmã de Luana. “Ele não se importou que o filho dele estava no colo ou não. Ele já falou que no Brasil não tem pena de morte e que ele é réu primário. Disse que vai voltar e matar o filho quando sair.

Será que ele preso é realmente segurança?”, desabafou Jeniffer Rafaela Ferreira, 28.


Depois de cometer o crime, segundo a polícia, Gleisson fugiu para casa de parentes. A equipe de plantão da corporação procurou por ele em vários endereços, mas o acusado sempre havia deixado o local há pouco tempo.

 

 


Nesta quarta, porém, o suspeito se apresentou Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios, situado no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Avenida Antônio Carlos. Ele estava acompanhado de um advogado.


Luana tinha uma medida protetiva contra Gleisson desde o fim do ano passado, quando terminou o relacionamento com o suspeito. Ela havia sido agredida por ele física e emocionalmente diversas vezes.


“Mais uma vez a motivação é o término do relacionamento tardio. Existe um ciclo de violência que inicia com agressões verbais e proibições, progride com outros tipos de violência, dessa vez com ameaças de morte mais incisivas, e termina com agressões físicas e o feminicídio”, explica a delegada Ingrid Estevam, que comanda as investigações.

 

De acordo com Ingrid Estevam, Gleisson alega que queria matar, na verdade, o atual companheiro de Luana. Contudo, a versão é negada pelos familiares dela e também pela polícia, com base em evidências colhidas durante a investigação. 


Segundo ela, o inquérito deve ser finalizado em breve. Resta ouvir os familiares da vítima e levar o bebê que foi ferido ao Instituto Médico-Legal (IML), onde ele passará por exames.

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