Jornal Estado de Minas

Prefeitura de Santa Luzia fecha asilo onde ocorriam torturas permanentemente

 

 

Fim da linha, definitivamente, para o terror promovido pela Casa Acolhendo Vidas. A prefeitura de Santa Luzia, na Grande BH, fechou, nesta quinta-feira (1º), a clínica onde, segundo a Polícia Civil, idosos eram torturados com tapas, socos e ficavam sem água e sem comida.


Segundo a prefeitura, oito internos seguiram para casa de familiares e para outra casa asilar em Belo Horizonte. Outros 16 seguem internados no Hospital Municipal Madalena Parrilo Calixto, em Santa Luzia, sob cuidados médicos.


Morte investigada


Em coletiva dada na manhã desta quinta, a Polícia Civil, por meio da delegada Bianca Prado, informou que investiga ao menos uma morte que teria ocorrido no asilo. O caso aconteceu em julho deste ano e a corporação tem fortes indícios de que o idoso perdeu a vida pelos abusos praticados pelos cuidadores.


Se ficar comprovado que um caso de tortura evoluiu para a morte, a pena para o crime pode chegar a 16 anos de cadeia. Ao todo, a delegada disse ter denúncias de pelo menos sete mortes que podem ter relação com o quadro de maus-tratos, agressões e tortura que eram comuns no asilo.


Prisões


A dona do asilo, Elizabete Lopes Ferreira, de 47 anos, e a filha dela, Poliana Lopes Ferreira, de 27, já estão presas desde a semana passada. Na última segunda (29), a Justiça mineira, por meio da comarca de Santa Luzia, converteu a prisão das duas para preventiva, por se tratar de um crime doloso cuja detenção pode superar quatro anos.


Nessa quarta, a polícia prendeu outras três pessoas envolvidas no caso: Paulo Lopes Ferreira, 53; Patrícia Lopes Ferreira, 21; e Jorman Alexander Venâncio do Amaral, 47. Os dois primeiros são marido e filha da proprietária do asilo. Patrícia está grávida de seis meses.

Jorman, por sua vez, era cuidador na unidade e acusado de torturas.


As investigações começaram depois que pacientes vindos da instituição deram entrada no Hospital Madalena Calixto. Eles relaram abusos e maus-tratos ao médico de plantão, que denunciou o caso à polícia.


A delação do profissional da saúde desencadeou a operação realizada da Polícia Civil.

 

Com Guilherme Paranaiba 

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