Metroviários de Belo Horizonte prometem cruzar os braços na greve geral marcada para esta sexta-feira e não obedecer nem mesmo a escala mínima determinada pela Justiça. A categoria diz que entrará com recurso contra a liminar concedida a pedido da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). No transporte rodoviário, a adesão ainda é incerta. No sistema metropolitano, empresas garantem que a rotina não será alterada.
O Sindicato dos Metroviários (Sindimetro-MG) foi notificado sobre a decisão judicial por volta das 11h30 desta quinta-feira. O presidente do Sindimetro, Romeu José Machado, afirma que não é possível desmobilizar a categoria às vésperas da paralisação e que não houve tempo hábil para recorrer da liminar.
A decisão determina que 100% dos trens circulem da Estação Vilarinho até a Eldorado nos horários de pico – de 5h30 às 10h e das 16h às 20h – com quantos funcionários forem necessários.
Fora do horário de maior movimento deve haver um trabalhador na sala de comando e nas torres de controle dos pátios São Gabriel e Eldorado, além de um funcionário no posto da Vilarinho. Em caso de descumprimento, a multa imposta pela Justiça é de R$ 200 mil.
Ônibus
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou, por meio de nota, que as linhas que atendem o sistema metropolitano vão operar normalmente e que as empresas associadas ao Sintram não vão aderir à greve geral.
Os ônibus vão circular dentro do quadro de horários normal de dia útil. Acrescentou que as empresas deixarão veículos de sobreaviso para suprir a demanda do metrô, caso necessário.
Já o Sindicato dos Rodoviários de BH e Região (STTR-BH) informou, por meio de nota, que não vai convocar a categoria para participar da greve geral e que a adesão será individual. A decisão se deve à multa aplicada ao sindicato na última manifestação (contra a reforma trabalhista), que impede legalmente o envolvimento.
Mas, apesar de não haver convocação, o sindicato estará nas garagens durante a manhã apoiando motoristas e cobradores que aderirem à greve e nas ruas durante o manifesto.
Saúde
Os centros de saúde da capital mineira estarão todos fechados, segundo previsão do presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os servidores devem se revezar em escala mínima, com pelo menos 30% de profissionais atuando. O mesmo deve ocorrer no Hospital Odilon Behrens, para atender casos de emergência.
Agentes de combate à endemia também devem aderir à greve desta sexta-feira. Além de se manifestar contra a reforma, o Sindibel denuncia que a Prefeitura de Belo Horizonte não está cumprindo o piso nacional destinado à categoria.
*Estagiário sob supervisão