A Polícia Civil de Minas Gerais e o Ministério Público do estado (MPMG) organizaram um mutirão para ouvir os atingidos fisicamente pela tragédia de Brumadinho nesta sexta-feira (31). Na ocasião, as autoridades realizaram exame de corpo de delito nesses prejudicados e ouviram a história de cada um deles, com objetivo de incorporar essas informações ao inquérito aberto contra a Vale. A atividade aconteceu na Faculdade Asa, no Centro de Brumadinho.
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Atingidos de Brumadinho realizam exame de corpo de delito para detectar lesões corporaisRelator da CPI de Brumadinho diz que pedirá indiciamento de até 15 pessoasTragédia de Brumadinho: força-tarefa apresentará denúncia em até 60 diasNo 131º dia de busca, bombeiros encontram corpo completo em área da Vale em Brumadinho Geólogo sem capacitação assinou estabilidade da barragem de BrumadinhoAs oitivas acontecem mais de quatro meses depois da tragédia, ocorrida em 25 de janeiro na Mina do Córrego do Feijão. Segundo o promotor de Brumadinho William Garcia Pinto Coelho, tamanho intervalo de tempo tem o objetivo de resguardar as vítimas. "É o tempo adequado para nós identificarmos as pessoas, adotarmos procedimentos para não revitimização na oitiva dessas pessoas e aguardarmos o tempo adequado para acomodação das perspectivas pessoais e psicológicas dessas pessoas para novamente abordar este tema. A gente ouve cada uma delas para ouvir suas histórias", explica.
De acordo com o promotor, o mutirão se voltou aqueles que sofreram alguma deformidade permanente ou que gere alguma dificuldade física futura. No entanto, não havia obrigação de comparecimento por parte do prejudicado.
Embora o foco da ação fossem as vítimas potenciais de lesão corporal em decorrência do fato, a equipe de trabalho colheu depoimentos de todos os atingidos que estiveram no local.
Até esta sexta, a tragédia de Brumadinho deixou 245 mortos e 25 desaparecidos, segundo o último boletim divulgado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).