Jornal Estado de Minas

Feira de artesanato criada para gerar renda vai ocorrer em três endereços de BH

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), visitou, na manhã de ontem, a Feira de Artesanato, Alimentação e Confecção na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Serra, Região Centro-sul da capital. Com produtos de vestuário, acessórios, calçados, doces e pães, a feira conta com 40 expositores.

“Estamos com medo de maximizar. O retrato que vem se pintando no país é que as políticas sociais estão sendo deixadas de lado. Elas já são muito carentes. Há muita falta de programas sociais. O novo governo não sinalizou e espero que sinalize”, afirmou.

As próximas edições da Feira de Artesanato, Alimentação e Confecção serão realizadas mensalmente, das 9 às 16h, em três locais: na sede do Tribunal de Justiça (Avenida Afonso Pena, 4.001, Serra), no Fórum Lafayette (Avenida Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto) e no Fórum Raja Gabaglia (Avenida Raja Gabaglia, 1.753, Luxemburgo).

A iniciativa é resultado de parceria entre a prefeitura e o Poder Judiciário com objetivo de criar alternativas de geração de renda. Kalil disse que as políticas da prefeitura visam atender “população que vai da mais absoluta pobreza à invisibilidade, abandonada à própria sorte”.
O prefeito afirmou que a conta do abandono da população à própria sorte “vai chegar para quem está fazendo isso”. Kalil reforçou a busca por parceiros que têm interesse em ações de geração de renda. “Não adianta ficar no ar-condicionado sem prestigiar, sem ver. Isso não vai resolver o problema desse povo”, disse.

Os programas de geração de renda em Belo Horizonte beneficiam 750 famílias, de acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Cláudio Beato. De acordo com ele, a capital mineira tem gerado mais empregos do que São Paulo. “Iniciativas como essa são muito importantes, porque estimulam o empreendedorismo, a empregabilidade de diversos setores com mais dificuldade de serem inseridos no mercado formal do trabalho”, diz, lembrando que as feiras atendem a perfil de pessoas que não conseguem inserção no mercado de trabalho.

A feira conta com artesãos e empreendedores do Programa Espaço da Cidadania (PEC), da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, e do Centro Público de Economia Solidária, da Subsecretaria de Trabalho e Emprego da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. São 40 grupos, sendo 20 do Espaço da Cidadania e 20 da economia solidária.

A expositora Loide Gonçalves Caetano, de 53 anos, confecciona bonecas de pano há seis anos.
Ela encontrou na criação de bonecas a fonte de renda, depois que se aposentou ao receber diagnóstico de Lúpus, doença inflamatória autoimune. “Quando descobri a doença, fiquei deprimida e comecei a confeccionar as bonecas”, recorda-se. E o produto chama atenção pela variedade: São bebês, bailarinas e mocinhas. Algumas ainda, além de objetos decorativos, são funcionais, como é o caso da boneca porta-papel higiênico. Os preços variam De $ 10 a R$ 75.

A expositora Sueli de Jesus Wildberger, de 48, também comemorou o espaço para apresentar o trabalho. Com o marido desempregado, a venda de roupas confeccionadas por ela é que garante a renda mensal da família.

Desde que a filha nasceu, ela se dedica à confecção de roupa. E dedica boa parte do rendimento aos cuidados da filha, que tem autismo. “Esse espaço é maravilhoso.

É uma oportunidade não só para mim, como para outras pessoas com diferentes problemas. Como dizia meu avô: ‘Cada qual no seu canto sofre o seu tanto’”, afirma.

O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Nelson Missias, afirmou que o Judiciário pode colaborar com a geração de renda. “A feira no espaço do Tribunal de Justiça é a demonstração cabal de que o Poder Judiciário se preocupa com o social, com inserção de pessoas no mercado de trabalho, seja na área artesanal, seja na área culinária”, disse.

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