Jornal Estado de Minas

Justiça autoriza Vale a retomar atividades na maior mina da empresa em Minas

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio da comarca de Santa Bárbara, autorizou a mineradora Vale a retomar suas atividades na maior mina de Minas Gerais, a Brucutu. Suspensa desde 22 de março por decisão judicial baseada em ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o complexo minerário está situado na cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central do estado. Lá está a represa de Laranjeiras, que segundo ação da Promotoria, que se tornou pública em 12 de fevereiro, está em “severo risco de rompimento”.


A decisão, tomada a partir de ação protocolada pela prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, permite que a Vale retorne as operações na mina de Brucutu em até 72 horas. O parecer é do presidente do TJMG, desembargador Nelson Missias de Morais.


Principal barragem de Brucutu, Laranjeiras teve suas atividades suspensas nos primeiros dias de fevereiro. Naquela ocasião, a Justiça considerou uma ação do MP que colocava a represa com uma das mais instáveis do estado.


No entanto, a Vale voltou a operar o barramento em 18 de março, quando a Justiça suspendeu a liminar do Ministério Público. No último dia 12, a Justiça negou pedido de agravo da Promotoria, que solicitava nova suspensão das atividades no barramento.


A Barragem de Laranjeiras tem capacidade de 5,8 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos.

A inundação decorrente de uma eventual ruptura se estenderia por 183 quilômetros a jusante da estrutura, no Rio Piracicaba, próximo à afluência com o Rio Doce.


Com isso, o desastre chegaria aos de São Gonçalo do Rio Abaixo, Bela Vista de Minas, Antônio Dias, Timóteo e Coronel Fabriciano. A represa não é construída no método a montante, o mesmo das barragens que se romperam em Brumadinho, neste ano, e Mariana, em 2015.


Ao todo, Brucutu tem capacidade de produzir 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

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