Com a epidemia de dengue instalada e pacientes se espremendo nas unidades de saúde dos três mais populosos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a capital se uniu a Betim e Contagem na adoção de ações de emergência para enfrentar a doença e combater focos do mosquito transmissor. Enquanto BH estende atendimento em postos para os sábados e prepara a instalação de postos de hidratação para atender à demanda, os municípios vizinhos já puseram esse segundo plano em ação.
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As doenças provocaram uma corrida às nove UPAs da capital mineira. “O que percebemos na unidade de pronto-atendimento é que, com a dengue e a síndrome respiratória, houve um aumento da demanda nas portas de emergência de 40% do usual.
Diante do cenário, a pasta traçou estratégias para atender os pacientes. “A partir deste fim de semana, vamos fazer a abertura dos centros de saúde em regionais nas quais notamos fragilidades e aumento no atendimento. Serão abertos os postos nas regiões Nordeste, Pampulha e Barreiro”, afirmou o gerente. As regionais apresentam grande número de pacientes com dengue. O Barreiro lidera, com 543 casos. Em seguida, vem a Nordeste com 339. A Pampulha não é a terceira em número de infectados, mas já tem 267 pacientes com a doença e recebe demanda de cidades vizinhas.
GARGALOS Se aos sábados a ideia é desafogar as UPAs, durante a semana gargalos em centros de saúde terminam por pressionar essas mesmas unidades de pronto-atendimento.
Moradora do Bairro Goiânia, na Região Nordeste de BH, ela nem chegou ao centro de saúde do bairro. “Se não for o dia da sua equipe, você não é atendido. Ou espera a data certo ou, se estiver muito mal, passa pela triagem depois que todos os pacientes da equipe do dia forem atendidos, para então chegar o médico”, relata. E, com a dengue e a gripe em alta, quem sofre de outros males também padece na fila. Nayara Neular, de 21, estava com dor nos rins e procurou a UPA Leste. “Nem fui ao centro de saúde, pois hoje não é o dia da minha equipe”, disse, reforçando a dificuldade dos pacientes.
Na porta da UPA os ânimos estavam acirrados. A Pediatria era uma das maiores reclamações. Segundo os pacientes, o atendimento começou às 14h e havia apenas um médico. A cabeleireira Silmara Dornelas chegou no início da tarde com a filha Alana, de 11 meses, que bateu a cabeça numa queda e estava com o peito chiando há dias. Moradora do Bairro Santa Tereza, também na Região Leste, ela conta que o atendimento no centro de saúde é uma via-sacra. “A pediatria funciona apenas das 9h às 11h. Tem que ter praticamente sorte para conseguir. O jeito vai ser voltar para casa e ver o que farei”, afirmou.
REFORÇOS Diante das dificuldades, a Prefeitura de BH anunciou que vai abrir também 12 leitos extras para internação pediátrica no Hospital Odilon Behrens. Outra medida que será adotada será a contratação de profissionais. A expectativa era de um chamamento público ainda ontem.
O gerente ressalta que os moradores também devem procurar as unidades básicas, caso tenham condições, em vez de ir diretamente para as UPAs. “Em qualquer caso suspeito é preciso procurar o atendimento médico com urgência. Os pacientes que têm condições de ir até a unidade básica por meios próprios, e se a saúde permitir, devem ir, pois lá serão triados e referenciados para as UPAs. Por isso vamos reforçar no fim de semana. Claro que, se há gravidade ou falta de transporte, vai para UPA”, concluiu o gerente.
Confira endereços dos centros de saúde que abrem neste sábado em Belo Horizonte
Centro de Saúde Alcides Lins – Nordeste
Rua Panema, 275 – Concórdia
Centro de Saúde Santa Terezinha – Pampulha
Rua Senador Virgílio Távora, 157 - Santa Terezinha
Centro de Saúde Tirol – Barreiro
Avenida Nélio Cerqueira, 15 – Tirol
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