Jornal Estado de Minas

Ex-candidata é investigada por fingir ser vítima de Brumadinho e leva R$ 65 mil da Vale

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a ex-candidata distrital Ana Maria Vieira Santiago, de 57 anos, por estelionato. Moradora do Cruzeiro, Região Administrativa do Distrito Federal, ela é suspeita de se passar por vítima da tragédia envolvendo a barragem da Vale, em Brumadinho. A polícia informou que Ana Maria chegou a receber R$ 65 mil em indenização.
 
Conforme as investigações da Polícia Civil, Ana Maria informou que seria proprietária de uma fazenda na região do Parque da Cachoeira, local devastado pela lama. 
 
A suspeita declarou ainda que realizava atividade agropecuária e que essa era sua única fonte de renda. Ainda de acordo com o inquérito policial, ela teria coagido moradores da região para confirmar a versão. 
 
A investigação, de acordo com a corporação, começou logo quando Ana Maria procurou a mineradora e a polícia, requerendo indenização. 
 
A assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais informou que o caso está sendo investigado. A suspeita prestou depoimento e pode responder pelo crime de estelionato, porém ela não está presa. A polícia disse ainda que os moradores que ajudaram na farsa podem responder por falsidade ideológica. 
 
Desde a tragédia em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, a Polícia Civil já requisitou a retirada de 17 pessoas na lista de vítimas do desastre. A corporação ainda investiga outras seis pessoas pelo crime de estelionato. 
 
Até o momento, o desastre com a barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão tem 224 mortos identificados e 69 pessoas desaparecidas, conforme último balanço divulgado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
Investigação
 
Natural de Anápolis (GO), Ana Maria Vieira Santiago foi candidata a deputada distrital em 2014 pelo MDB, mas não conseguiu votos suficientes para o pleito. O presidente do partido no Distrito Federal, Tadeu Fillippelli, confirmou que a suspeita “não tem nenhuma ligação com o MDB.
Não é filiada desde 2014”, esclareceu. 
 
A reportagem tentou, por diversas vezes falar com Ana Maria Vieira Santigado, mas ninguém atendeu as ligações. 
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