Desde o dia da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 25 de janeiro, a lista de pessoas desaparecidas vem sofrendo mudanças. Já foram 14 nomes retirados da relação por motivos distintos. Somente nesta semana, cinco pessoas saíram da lista. O motivo, segundo a delegada Ana Paula Kich Gontijo, foi devido a erros de grafia, acréscimos errados de sobrenomes, duplicação, além do caso de uma mulher que não estava desaparecida.
Balanço da Defesa Civil divulgado nessa quarta-feira mostra que já foram confirmados 217 mortos e 79 pessoas seguem desaparecidas. A diferença entre o boletim anterior é a retirada de cinco nomes da lista de desaparecidos. Com a alteração, é a primeira vez que a soma de mortos e desaparecidos não alcança a casa das três centenas de vítimas.
Nesta última semana, cinco nomes foram retirados. “Quando aconteceu o rompimento da barragem, nos primeiros dias, muitas pessoas entraram em contato com os canais criados para relatar pessoas desaparecidas. Mas, essas situações não eram checadas. Agora, estamos fazendo isso. Desta vez, a retirada foram por nomes com grafias erradas, ou com acréscimo de um sobrenome a mais, e duplicados”, disse a delegada.
Além disso, há um caso de uma mulher que contava na lista, mas ela não estava desaparecida. “Uma parente achava que ela estava na região no dia da tragédia. Não estava desaparecida, como morava na região e o parente não conseguiu contato, acabou colocando na lista. No momento do caos, não se questionava o que estava procurando. Isso está sendo feito agora”, explicou a delegada.
Ainda há a possibilidade de mais pessoas serem retiradas da lista de desaparecidos. “É possível que retiramos. Ainda temos 78 pessoas na lista, então vamos verificar nome por nome. Vou verificar todos enquanto eles (bombeiros) estão trabalhando. Mesmo depois que se encerrarem as buscas e ainda faltarem nomes que indicam que estavam na região, a gente vai investigar”, finalizou a Ana Paula.
Outras retiradas
No último sábado, mais nomes foram retirados - dois estavam duplicados, com grafias diferentes, e um ex-funcionário da Vale havia sido incluído por engano. Nesse último caso, uma filha de Sérgio Lúcio Peixoto, que não tinha contato com o pai há muito tempo, teria entrado em contato com a mineradora para ter notícias do pai, que acabou entrando na lista de desaparecidos. O homem vive em Brumadinho, próximo ao Inhotim.
Já nos outros dois casos, o erro envolveu Robson Máximo Gonçalves e Paulo Geovani dos Santos. Robson foi funcionário da Pousada Nova Estância. Inicialmente, ele foi incluído a partir de informações de uma funcionária da hospedaria. Depois, a mulher dele, uma das sobreviventes do desastre, informou a grafia correta. O corpo de Robson já foi identificado pelo Instituto Médico Legal (IML).
O segundo caso é o de Paulo Geovani dos Santos, que consta na lista da Vale como funcionário terceirizado ou membro da comunidade atingida. Ana Paula Gontijo explica que havia um nome muito parecido na lista, de Saulo Geovane dos Santos, o que levantou a suspeita.