A Polícia Civil de Minas Gerais removeu mais cinco nomes da lista de desaparecidos de Brumadinho. Ao todo, 14 casos já foram classificados como tentativas de estelionato ou erros de familiares. Conforme balanço da Defesa Civil, divulgado nesta quarta-feira, 217 mortos já foram confirmados e 79 pessoas seguem desaparecidas. Com a alteração, é a primeira vez que a soma de mortos e desaparecidos não alcança a casa das três centenas de vítimas.
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Por fim, casos de inclusão de pessoas vivas na lista também foram registrados. Segundo os investigadores, estelionatários inseriram seus nomes a fim de conseguir vantagens econômicas com as indenizações e auxílios pagos pela Vale, proprietária da barragem que se rompeu.
A Polícia Civil ainda não esclareceu quais são os motivos detalhados da retirada dessas cinco pessoas do último balanço.
Outras remoções
No último sábado, o balanço divulgado pela Defesa Civil também registrou uma soma menor de desaparecidos e mortos quando comparados com o levantamento anterior. Na ocasião, três nomes foram retirados da lista - dois estavam duplicados, com grafias diferentes, e um ex-funcionário da Vale havia sido incluído por engano.
Nesse último caso, uma filha de Sérgio Lúcio Peixoto, que não tinha contato com o pai há muito tempo, teria entrado em contato com a mineradora para ter notícias do pai, que acabou entrando na lista de desaparecidos. O homem vive em Brumadinho, próximo ao Inhotim.
Já nos outros dois casos, o erro envolveu Robson Máximo Gonçalves e Paulo Geovani dos Santos.
Robson foi funcionário da Pousada Nova Estância. Inicialmente, ele foi incluído a partir de informações de uma funcionária da hospedaria. Depois, a mulher dele, uma das sobreviventes do desastre, informou a grafia correta. “Percebemos que eram a mesma pessoa”, acrescenta a delegada Ana Paula Gontijo, da delegacia de Brumadinho. O corpo de Robson já foi identificado pelo Instituto Médico Legal (IML).
O segundo caso é o de Paulo Geovani dos Santos, que consta na lista da Vale como funcionário terceirizado ou membro da comunidade atingida. Ana Paula Gontijo explica que havia um nome muito parecido na lista, de Saulo Geovane dos Santos, o que levantou a suspeita. “Ficou comprovado que uma sobrinha ligou passando o nome, mas o funcionário da Vale que o incluiu na lista pode ter entendido errado e escrito Saulo. Depois, outra sobrinha também informou o nome correto, Paulo”, conta. (Com informações de Guilherme Paranaiba)
*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
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