Jornal Estado de Minas

Guarda Municipal cria divisão para postos de saúde de Belo Horizonte



Postos de saúde de Belo Horizonte vão contar com um grupo especial da Guarda Municipal para tentar frear os frequentes casos de ameaças, pertubação do sossego e furtos. A ação, que começou ontem, conta com uma equipe de 80 agentes, com 40 motos, com atuação voltada exclusivamente para as 157 unidades de saúde da capital mineira. O patrulhamento será feito durante o dia e equipamentos de vigilâncias serão usados durante a noite. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) comemora a medida, mas cobra o retorno dos porteiros e mais investimento.

Ocorrências em postos de saúde são uma reclamação recorrente de funcionários e usuários. “Muitos casos de ameaças, pequenos furtos e até agressões a funcionários de saúde haviam sido relatados. A presença da guarda vem trazer mais tranquilidade aos atendimentos”, disse o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado. Segundo dados da Guarda Municipal, só este ano foram 29 ocorrências em unidades de pronto-atendimento e 71 em centros de saúde, um centena em menos de três meses do ano. Em 2018, o total foram 475 e, no ano anterior, 606.



“O que a gente apresenta para a cidade é uma resposta nova para um problema antigo. Isso não impede que novos fatos aconteçam, mas teremos mais condição de respondê-los”, disse o comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Prates. As equipes em motocicletas estarão nas nove regionais da capital mineira. O prefeito Alexandre Kalil (PHS), que era contra a retirada de guardas das ruas para os postos, disse que, agora, a medida poderá ser implantada: “Com o incremento de 500 homens da Guarda, com a inteligência da Secretaria de Saúde com a Secretaria de Segurança, isso agora se torna possível”, afirmou. “A lógica da parte da noite permanece a mesma: faremos o patrulhamento preventivo nas imediações e o monitoramento eletrônico. A principal tarefa é trazer segurança ao funcionamento e para os usuários”, acrescentou o representante da corporação.

A medida adotada ontem, porém, não interfere em horários vulneráveis e ocorrências que acabam repercutindo no atendimento.
Em 7 de fevereiro, por exemplo, o Centro de Saúde Tirol, no Barreiro, foi arrombado durante a madrugada e teve o padrão de energia levado. Na data, vacinação e consultas ficaram suspensas e o atendimento ao público só foi feito para casos de urgência. No fim de janeiro, outro posto foi arrombado por ladrões durante a noite. O crime foi descoberto por volta das 7h30, quando os funcionários chegaram para trabalhar.

Na ocasião, por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o atendimento foi prejudicado e que foram levadas parte da fiação externa e uma torneira. “A área interna não foi invadida. Durante o dia, o serviço foi prestado de forma parcial, com atendimento aos casos de pacientes agudos. A equipe de manutenção da Secretaria Municipal de Saúde está no local para restabelecer a energia”.


O Sindibel informou que acompanha os frequentes ataques aos equipamentos de saúde da capital. “Nesse sentido, a entidade reconhece que o Patrulha SUS é um avanço contra a violência nos equipamentos de saúde da cidade, mas, reafirma que defende veementemente o retorno dos porteiros aos centros de saúde e maiores investimentos na área”, afirmou a entidade, em nota. 

CONCURSO
A Prefeitura de BH abriu 500 vagas para a Guarda Municipal, 400 para homens e 100 para mulheres. Ao anunciar o concurso, o prefeito Alexandre Kalil comentou o aumento do efetivo feminino: “20% de mulheres, que são tão efetivas quanto os homens”. As inscrições devem ser realizadas pelo site da banca de 15 de abril a 14 de maio.

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