Jornal Estado de Minas

Presidente afastado da Vale apresenta atestado médico para adiar depoimento à CPI do Senado

 

Marcado para esta quinta-feira (21) o depoimento do presidente afastado da Vale, Fabio Schvartsman, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho, instaurada pelo Senado Federal, pode ser adiado. Ele enviou, nesta segunda-feira (18), um ofício à Casa Legislativa, no qual anexa um atestado médico para pedir a mudança da data. O executivo afirma ter sido submetido a uma facectomia no olho direito (cirurgia geralmente ligada à catarata) na última quinta e deve permanecer de repouso nos sete dias posteriores ao procedimento.


Schvartsman ressalta que tem a “mais sincera disposição e interesse em prestar depoimento e colaborar com as apurações” da comissão. A comunicação oficial do ofício será feita pela presidente da CPI, Rose de Freitas, em reunião deliberativa marcada para esta terça-feira (19), a partir das 9h.


Além de Rose, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede/AP) e Carlos Viana (PSB/MG) foram eleitos, respectivamente, vice-presidente e relator do colegiado. Com 180 dias de funcionamento, a comissão pretende aperfeiçoar a legislação para evitar novas tragédias envolvendo barramentos.


O requerimento para a convocação de Schvartsman foi assinado por Randolfe Rodrigues e Otto Alencar (PSD-BA), outro integrante da CPI, e aprovado no dia 13 de março. A convocação dele é a primeira medida oficial adotada comissão.


Schvartsman foi designado pelo Conselho de Administração da Vale para o cargo de diretor-presidente da empresa em abril de 2017, mas está provisoriamente afastado do cargo desde 2 de março, por recomendação do Ministério Público e da Polícia Federal.


Cronograma


Ainda nesta terça, Randolfe Rodrigues deve apresentar um cronograma de trabalho da CPI. O objetivo é incluir diligências em até dez barragens que apresentam maior situação de risco. A primeira a ser visitada, por sugestão do senador, deverá ser a Casa de Pedra, em Congonhas, na Região Central do estado.


Lá, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) providencie moradias provisórias para habitantes de aproximadamente 600 casas. Cerca de 2,5 mil pessoas estão diretamente ameaçadas pela represa, uma das maiores do mundo.


Também integram a investigação sobre o rompimento da barragem Brumadinho os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG), Roberto Rocha (PSDB-MA), Dário Berger (MDB-SC), Márcio Bittar (MDB-AC), Jorge Kajuru (PSB-GO), Telmário Mota (Pros-RR), Jean Paul Prates (PT-RN), Wellington Fagundes (PR-MT) e Selma Arruda (PSL-MT).


.