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Estado de Minas

Áreas evacuadas em Minas estão em lista de fiscalização prioritária de barragens

Estruturas como a de Rio Preto, na Zona da Mata, fazem parte de lista da Agência Nacional de Águas com 1.862 represas


postado em 17/03/2019 06:00 / atualizado em 17/03/2019 08:25

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)
Quatro comunidades que foram evacuadas em Minas depois de barragens no entorno terem o nível de segurança aumentado por risco de rompimento estão na lista de fiscalização prioritária, divulgada pela Agência Nacional de Águas (ANA). As estruturas de rejeito de minério e de água fazem parte de um total de 1.862 represas, apenas no estado, com determinação de inspeção imediata. A retirada preventiva de moradores começou depois do rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro. Num intervalo de 36 dias, pessoas que vivem em sete localidades tiveram de deixar suas casas – é como se a cada cinco dias uma comunidade fosse evacuada. A última ocorreu nesta sábado (16), em Rio Preto, a 385 quilômetros de Belo Horizonte, na Zona da Mata, divisa com o Rio de Janeiro.

A medida foi tomada pela manhã, na zona rural da cidade, depois de o nível de segurança da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Mello, de propriedade da Vale, ter sido elevado ao nível 2. De acordo com a empresa, o nível de água no reservatório da hidrelétrica aumentou devido às chuvas intensas na região. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) informou que a usina tem 14 metros de altura e 4,5 milhões de metros cúbicos de água.



Ao todo, 29 pessoas de 19 famílias, moradoras de propriedades rurais localizadas na Zona de Autossalvamento (ZAS) foram removidas. Segundo a Vale, algumas pessoas têm casas na área urbana e não são moradores fixos. Quem não tinha para onde ir, foi levado para hotéis e pousadas da região. A Polícia Militar reforçou o efetivo para garantir a segurança dos imóveis. Desta vez, não foi tocada sirene. “A retirada das pessoas está sendo feita casa a casa, de forma organizada”, disse o tenente-coronel Flávio Godinho, porta-voz da Cedec.

Vale diz monitorar a situação

A Vale informou, por meio de nota, que desde novembro do ano passado, a barragem passa por obras visando ao aumento da segurança e foi estabelecido um gatilho para o acionamento do plano de realocação de pessoas para fora da Zona de Autossalvamento (ZAS) relacionado ao nível de água do reservatório. “A Vale está monitorando a situação. A barragem e o nível de água encontram-se estáveis. Ainda não há previsão de retirada de alerta”, afirma o texto.

Nesta primeira etapa, cerca de 800 moradores de Córrego do Feijão e Parque Cachoeira receberão indenização de emergência(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 25/1/19)
Nesta primeira etapa, cerca de 800 moradores de Córrego do Feijão e Parque Cachoeira receberão indenização de emergência (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 25/1/19)


Os alertas para a retirada de moradores próximos a áreas de risco em Minas começaram em 8 de fevereiro, na comunidade de Pinheiros, em Itatiaiuçu, na Grande BH, e em Barão de Cocais. A evacuação se deu em virtude da mudança do fator de segurança da barragem da Mina Serra Azul, da empresa ArcelorMittal, e da Barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, da Vale, respectivamente. Em Itatiaiuçu, 170 pessoas foram removidas e, em Cocais, cerca de 500. Neste sábado completou 1 mês que a sirene de alerta tocou para moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito conhecido como Macacos, em Nova Lima, também na Grande BH. Lá, o perigo foi detectado na Barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, da Vale. Moradores se reuniram para protestar e cobrar da Vale prejuízos ao comércio local. Em 20 de fevereiro, foi a vez de Nova Lima e Ouro Preto (na Região Central), devido aos riscos da barragem de Vargem Grande, que fica em Nova Lima.

A barragens B3/B4, Superior Sul, Vargem Grande e Mello estão na lista de fiscalização prioritária definidas por meio de resolução federal, logo depois do rompimento da represa de Brumadinho. Um total de 3.387 barramentos serão vistoriados por seus respectivos órgãos fiscalizadores, sendo 55% deles em Minas. As quatro represas da Grande BH e da Zona da Mata estão incluídas na categoria de risco baixo, com dano potencial associado considerado alto. Também está nesta lista a Barragem Casa de Pedra, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Congonhas, na Região Central.


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