Jornal Estado de Minas

MPMG quer garantia de R$ 50 bi por parte da Vale para reparação do meio ambiente


Já está na 1ª Vara Cível de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, um novo pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para que a Vale tome medidas de reparação do meio ambiente. A promotoria solicitou que a mineradora garante, no mínimo, R$ 50 bilhões para a adoção de medidas necessárias. Os danos foram causados pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em 25 de janeiro. Além dos danos ambientais, o desastre deixou, ao menos, 203 mortos e 105 pessoas desaparecidas.

Em janeiro, o MPMG já tinha conseguido o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora. Na nova petição, entregue à Justiça na quarta-feira, a promotoria requer, em caráter de urgência, que a Vale adote todas as medidas tecnicamente necessárias para garantir a segurança e estabilidade de todas as estruturas remanescentes do Complexo Minerário Paraopeba. Além disso, solicita a suspensão das atividades no Complexo Minerário de Córrego do Feijão que possam incrementar o risco de rompimento de estruturas. Além disso, a mineradora terá que impedir o avanço da poluição provocadas pelos rejeitos de mineração que vazaram da estrutura rompida.


Na petição, o MPMG ainda pede que a mineradora apresenta a condição de estabilidade atual das estruturas, revise os fatores de segurança e atualize os planos de segurança das barragens. Caso a Justiça acate os pedidos, a Vale terá 10 dias para implementar planos de ações, com cronograma e metas definidas.

Neste prazo, terá que cessar o avanço da pluma de contaminantes; dispersar contaminantes pelo ar; evitar a contaminação do solo, água, lençol freático e fontes de água mineral; e estancar o carreamento de rejeitos, substâncias contaminantes e materiais provenientes da barragem rompida.

Deverá, ainda, apresentar plano emergencial das ações de busca, resgate e cuidado dos animais atingidos, mantendo profissionais e infraestrutura suficientes para garantir essas medidas. Um diagnóstico das áreas atingidas deverá ser feito pela empresa.

Outros pedidos


Planos de recuperação, monitoramento e manejo de animais também foram requeridos pelo MPMG na ação. Segundo o órgão, a Vale terá 30 dias,  caso a Justiça acate os pedidos, para elaborar e apresentar aos órgãos competentes um plano de prevenção a novos danos, mitigação, recuperação e compensação socioambiental da totalidade do impacto ambiental. Nele, deverá constar a previsão específica para recuperação e compensação de todos os recursos naturais afetados, entre eles, a flora, fauna, solo e recursos hídricos, remoção do material em suspensão ou dissolvido na água, além de um plano global de gerenciamento e manejo dos resíduos sólidos a serem removidos das áreas impactadas.

Outro plano que a empresa deverá apresentar é o de monitoramento ambiental para toda a bacia hidrográfica do Rio Paraopeba. “O objetivo é conhecer os impactos secundários e a efetividade das ações de prevenção a novos danos, mitigação, recuperação e compensação socioambiental, bem como de um estudo de risco à saúde humana, animal e ambiental em toda extensão da área impactada”, informou o MPMG.
Em 120 dias, deverá apresentar uma estratégia para recuperar a bacia afetada, com no mínimo 10 anos de duração.

Para o caso de eventual descumprimento de medidas requeridas, o MPMG pede que seja fixada multa diária no valor de R$ 500 mil.
.