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Estado de Minas

Vale e Defesa Civil vão orientar moradores de Itabira de 'porta em porta'

Cerca de 5,2 mil famílias estão vulneráveis a um possível rompimento da barragem Itabiruçu instalada no Complexo Itabira e Água Limpa da mineradora; decisão aconteceu em reunião ordinária do Legislativo da cidade


postado em 19/02/2019 20:53 / atualizado em 19/02/2019 21:03

Barragem de Itabiruçu tem capacidade de receber um volume 18 vezes maior do que Córrego do Feijão(foto: Divulgação/Vale)
Barragem de Itabiruçu tem capacidade de receber um volume 18 vezes maior do que Córrego do Feijão (foto: Divulgação/Vale)

 
Depois das tragédias em Mariana (2015) e em Brumadinho – que completará um mês na segunda-feira –, a Vale toma providências para garantir a segurança de 5,2 mil famílias em Itabira, na Região Central. A partir do dia 27, em parceria com a Defesa Civil Municipal, a mineradora vai desenvolver um trabalho de “porta em porta” a fim orientar moradores sobre como agir durante um eventual rompimento de barragem de rejeitos de minérios, a exemplo do que ocorreu nos dois municípios mineiros. A informação foi divulgada, ontem, pelo gerente-executivo do Complexo Itabira e Água Limpa da Vale, Rodrigo Chaves, ao participar da reunião ordinária do Legislativo que lotou o plenário e terminou com duas pessoas conduzidas à delegacia por “desacato” aos vereadores, conforme explicou o presidente da Câmara, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB). 
 
“Rodrigues Chaves veio a convite da Câmara e só respondeu às perguntas dos 17 vereadores. Quem quisesse, poderia se manifestar, mas apenas por meio de bilhetes encaminhados aos vereadores. No fim da reunião (com duração de quase duas horas), dois homens começaram a falar alto e ofenderam os vereadores com palavrões”, explicou o presidente da casa. O petebista se declarou satisfeito com as explicações do gerente-executivo do Complexo Itabira e Água Limpa. “Moro numa área de risco, quase debaixo de uma barragem, mas ele nos tranquilizou muito”. O município tem 15 barragens cadastradas na Agência Nacional de Mineração (ANM), das quais cinco próximas de núcleos urbanos, e tem estruturas entre as maiores do país, como a de Itabiriçu, que junto das de Pontal, Rio de Peixe e Conceição totaliza 401 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
 
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
 
 
À pergunta do vereador André Viana sobre a existência de risco zero nas barragens de Itabira, perto das quais vivem entre 10 mil e 15 mil pessoas, Chaves afirmou que “não existe risco zero na atividade humana, mas controle de risco de barragem, de operação e de negócios”. Em seguida, argumentou que as estruturas são alvo de documentos apresentados semestralmente à AMN e dispõe de laudos que atestam as condições de operação, além de terem sido auditadas, embora não pela mesma empresa que auditou a Barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho.
 

Domiciliar 

 
As equipes de 100 pessoas, “com coletes laranjas, na cor da Defesa Civil”, vão visitar os domicílios e estabelecimentos localizados na chamada na Zona de Autossalvamento (ZAS) dos Planos de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) da Vale em Itabira. De acordo com Chaves, o trabalho deverá durar dois meses. "Revisamos toda a estratégia de apresentação do PAEBM do município para alcançarmos toda a população da ZAS até abril. Além do atendimento domiciliar, entregaremos um mapa da região com a indicação da rota de fuga e do ponto de encontro daquele morador, com telefones de contato da Vale e da Defesa Civil, e apresentaremos o som da sirene para conhecimento", explicou Chaves.
 
A questão da sirene mereceu maior explicação do gerente-executivo. Ele disse que o mecanismo é acionado no estado de alerta, e não de emergência. “Vamos treinar as pessoas para sobre a sirene, cujo som é muito diferente do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), de um carro da Polícia e outros. O sinal, na mineração, vem com uma parte falada, explicando o que está ocorrendo, e as pessoas precisam conhecer isso.” A iniciativa terá ainda placas indicando as rotas de fuga e os pontos de encontro, para segurança dos moradores, e distribuição de folders. “Aqui em Itabira, todas as barragens estão operando dentro da normalidade. Nosso objetivo é minimizar impactos e salvar vidas”, garantiu. 
 
Em nota, a empresa adianta que, ainda nesta semana, a Vale e a Defesa Civil Municipal iniciam a capacitação do grupo de trabalho, sendo instaladas, na sequência, 93 placas de sinalização sobre os pontos de encontro no município. Ainda neste ano, a Defesa Civil, com apoio da Vale, realizará simulados de emergência com a população. Os técnicos esclarecem que a Zona de Autossalvamento (ZAS) é a região a jusante da barragem, cuja distância pode ser considerada em cerca de 10km e na qual os avisos de alerta à população são da responsabilidade do empreendedor. Durante a reunião, a Vale divulgou os contados para a população: telefone 0800 039 6010, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 12h30 às 16h; e e-mail duvidas.barragens.itabira@vale.com


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