Jornal Estado de Minas

Moradores mostram primeiros reflexos ambientais do rompimento da barragem em Brumadinho

Brumadinho - Os reflexos ambientais do rompimento da barragem do Córrego do Feijão já assustam os moradores de Brumadinho, especialmente os que moram na margem do Rio Paraopeba. Fazendeiro e eletricista aposentado, José Moreira, de 61 anos, mostrou à reportagem como seus pés de goiaba foram atingidos pela onda de lama. Ele ainda expressou preocupação com contaminação e possíveis enchentes. 

“A gente vê as contaminações que vão acontecer para frente. Os pés de goiaba acabaram, os peixes todos acabaram. Não existe mais peixe no Rio Paraopeba. Agora, o futuro que vai dizer. A sensação é de destruição. A Vale teria de cuidar melhor, não preocupar só com dinheiro, mas com o pessoal que mora perto do Paraopeba.
Estão preocupados com o dinheiro, não com a vida”, lamentou.

“Esse barulho que estamos ouvindo agora, desde o rompimento, só aparecia quando estava chovendo, porque aí o Rio Paraopeba sobe. Meu medo agora é dar enchente, porque vai assorear o Rio. Com essa lama, vai gerar doenças, principalmente as de rato, que são as mais perigosas”, complementou o fazendeiro, preocupado com o futuro.

O fazendeiro relatou ainda que a onda de lama chegou a alcançar aproximadamente 12 metros de altura. “A hora que a lama veio empurrando as árvores, você escuta o barulho e fica se perguntando o que está acontecendo. Foi absolutamente desesperador”, disse.

Além dos reflexos ambientais, que começam a ser percebidos com mais intensidade, o número de desaparecidos em Brumadinho aumentou neste sábado. De acordo com a Defesa Civil, já são 412 pessoas que não responderam aos contatos desde o rompimento da barragem.

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