Jornal Estado de Minas

Denúncias aumentam em Minas após prisão do médium João de Deus


As denúncias de abusos sexual contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, de 76 anos, não param de aumentar. Nesta segunda-feira, mais três possíveis vítimas procuraram o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para relatar o possível crime, que teria acontecido em Abadiânia, no interior de Goiás, onde João de Deus faz os atendimentos espirituais. Somente em Minas, 16 mulheres já fizeram acusações contra ele.

De acordo com o MPMG, todas elas estão sendo acolhidas e os depoimentos colhidos estão sendo encaminhados para o Ministério Público de Goiás, que apura os casos junto com a Polícia Civil. Em todo Brasil, já são mais de 300 possíveis vítimas do médium. Algumas acusações têm mais de 30 anos.

A defesa de João de Deus prepara para esta segunda-feira o habeas corpus para reverter o pedido de prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira. O advogado Alberto Toron afirmou que devem ser considerados a idade elevada e o estado de saúde dele.
Lembrou que João de Deus passou por um tratamento de combate ao câncer e é cardíaco.


João de Deus se entregou na tarde de domingo, por volta das 16h20, na zona rural de Abadiânia, depois de longa negociação. A primeira noite do médium, após sua entrega à polícia, foi no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia. João de Deus, segundo os policiais, ficaria em uma cela de 16 metros quadrados com cama, pia e vaso sanitário. A defesa pediu que João de Deus fosse colocado em uma cela sozinho.

Interrogatório


O médium prestou depoimento por mais de três horas na delegacia em Goiânia. O interrogatório terminou por volta das 22h. Ele foi questionado sobre 15 depoimentos de mulheres que o denunciaram por abuso sexual, negou as acusações e apresentou sua versão sobre as denúncias. Após o interrogatório, João de Deus foi levado para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e depois seguiu para Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Antes do depoimento, o delegado-chefe, André Fernandes, afirmou que o médium seria questionado sobre cada um dos 15 depoimentos, separadamente.

Segundo ele, as denúncias envolvem distintos crimes, como os mais variados atentados a costumes e fraudes. “ singularidade de comportamento. Nesses depoimentos há um ato comum, um modus operandi comum. A gente percebe uma igualdade de comportamento.” .