Jornal Estado de Minas

Morre, em Minas, o filósofo espiritualista Trigueirinho


O domingo foi de homenagens e despedida para seguidores e admiradores do filósofo espiritualista José Trigueirinho Netto, que foi velado e homenageado em Carmo da Cachoeira, na Região Sul de Minas Gerais, onde morreu de causas naturais, aos 87 anos, na noite de sábado. Nascido em São Paulo (SP), Trigueirinho, como era conhecido, ganhou notoriedade a partir de orações, livros, palestras e organizações de inspiração social e voluntária fundadas por ele.



Trigueirinho deixou uma obra formada por 81 livros escritos em português, com diversos títulos traduzidos para o espanhol, inglês, francês e alemão. Sua vida também foi marcada por mais de 2 mil conferências ao vivo no Brasil, na Argentina e no Uruguai.

“A filosofia dele abarcava a espiritualidade de forma muito ecumênica e universal. Isso possibilitou que muitos seres encontrassem no seu pensamento um caminho para renovação. Ele foi, mais do que tudo, um exemplo de vida e amor incondicional à humanidade e aos seres da natureza”, disse frei Benedetto, porta-voz da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional, cofundada por Trigueirinho. Em comunicado, a entidade classificou o filósofo como “incansável trabalhador da paz e da difusão de ensinamento espiritual”.

Atualmente, a Federação Humanitária Internacional promove atividades na Nicarágua, Venezuela e em países do Oriente Médio, em locais em conflitos político-sociais e crises humanitárias. “Tudo que foi construído se manifesta por duas campanhas: a Campanha pela Paz e a Campanha Semeando Amor pela Humanidade. Temos, na divisa entre a Venezuela e Colômbia, uma base instalada em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) para acolhimento dos refugiados”, disse frei Benedetto.

A Comunidade Figueira, fundada pelo filósofo, foi a sede das celebrações desse domingo. A programação promoveu uma série de homenagens, com cânticos e procissão dos sacerdotes da Ordem Graça Misericórdia, entidade da qual ele também foi cofundador. As cinzas de Trigueirinho foram depositadas em um altar, que permaneceu aberto durante todo o domingo para que seguidores prestassem uma última homenagem. Uma vigília em silêncio também aconteceu em Carmo da Cachoeira.